ATA DA CENTÉSIMA DÉCIMA
QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA
SEXTA LEGISLATURA, EM 25-11-2013.
Aos vinte e cinco dias do
mês de novembro do ano de dois mil e treze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha
do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas
e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores
Bernardino Vendruscolo, Delegado Cleiton, Fernanda Melchionna, Guilherme Socias
Villela, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, Lourdes Sprenger, Mario Fraga,
Paulinho Motorista, Pedro Ruas, Professor Garcia e Sofia Cavedon. Constatada a
existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda,
durante a Sessão, compareceram os vereadores Airto Ferronato, Alberto Kopittke,
Alceu Brasinha, Any Ortiz, Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Dr. Thiago,
Elizandro Sabino, Engº Comassetto, João Derly, Luiza Neves, Márcio Bins Ely,
Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Paulo Brum, Reginaldo
Pujol, Tarciso Flecha Negra, Valter Nagelstein e Waldir Canal. À MESA, foram
encaminhados: o Projeto de Resolução nº 034/13 (Processo nº 2653/13), de
autoria dos vereadores Airto Ferronato, Any Ortiz, Elizandro Sabino, Engº
Comassetto, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, Jussara Cony, Márcio Bins Ely,
Mario Manfro, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal;
o Projeto de Resolução nº 038/13 (Processo nº 2776/13), de autoria do vereador
Alberto Kopittke; e o Projeto de Lei do Legislativo nº 345/13 (Processo nº
3061/13), de autoria do vereador Alceu Brasinha. Também, foi apregoado o Ofício
nº 1396/13, do senhor Prefeito, informando sua ausência do Município das sete
horas e dezoito minutos às vinte e duas horas e cinquenta e oito minutos do dia
de hoje, quando participará de Audiência Pública no Supremo Tribunal Federal,
que versará sobre o Programa Mais Médicos, em Brasília – DF. Após, foram
apregoados os seguintes Memorandos, deferidos pelo senhor Presidente,
solicitando autorização para representar externamente este Legislativo: nº
042/13, de autoria do vereador Alberto Kopittke, do dia vinte e sete ao dia
vinte e nove de novembro do corrente, no II Seminário Mulheres e a Segurança
Pública – Fortalecendo a Rede Lilás –, no Auditório do Ministério Público
Estadual, em Porto Alegre; nº 018/13, de autoria do vereador Bernardino
Vendruscolo, do dia vinte e seis ao dia vinte e nove de novembro do corrente,
na Marcha dos Vereadores, em Brasília – DF –; s/nº, de autoria do vereador
Clàudio Janta, do dia vinte e seis ao dia vinte e nove de novembro do corrente,
no Congresso Brasileiro de Legislativos Municipais, em Brasília – DF –; e nº
050/13, de autoria da vereadora Mônica Leal, no dia vinte e sete de novembro do
corrente, no Grande Expediente Especial em Homenagem à Empresa Celulose
Riograndense, no Plenário 20 de Setembro do Palácio Farroupilha, em Porto
Alegre. Do EXPEDIENTE, constou Comunicado do Fundo Nacional de Desenvolvimento
da Educação do Ministério da Educação, emitido no dia quatro de novembro do
corrente. Durante a Sessão, foram aprovadas as Atas da Septuagésima Oitava,
Septuagésima Nona, Octogésima, Octogésima Primeira, Octogésima Segunda,
Octogésima Terceira, Octogésima Quarta, Octogésima Quinta, Octogésima Sexta,
Octogésima Sétima, Octogésima Oitava e Octogésima Nona Sessões Ordinárias e da
Décima Primeira e Décima Segunda Sessões Extraordinárias. A seguir, o senhor
Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao padre Jaime José Caspary,
pároco da Paróquia São Vicente Mártir, que divulgou a VIII Romaria de Nossa
Senhora Desatadora dos Nós, a ocorrer no dia primeiro de dezembro do corrente.
Em continuidade, nos termos do artigo 206 do Regimento, os vereadores Professor
Garcia, Tarciso Flecha Negra, João Carlos Nedel, Delegado Cleiton, Paulinho
Motorista, Mario Manfro, Sofia Cavedon e Clàudio Janta manifestaram-se acerca
do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Após, foi iniciado o período de
COMUNICAÇÕES, hoje destinado a homenagear a Associação dos Orientadores
Educacionais do Rio Grande do Sul, pelo transcurso do Dia Nacional do
Orientador Educacional, nos termos do Requerimento nº 190/13 (Processo nº
3106/13), de autoria da vereadora Sofia Cavedon. Compuseram a MESA: o vereador
Bernardino Vendruscolo e a vereadora Sofia Cavedon, respectivamente 1º
Vice-Presidente e 2ª Secretária da Câmara Municipal de Porto Alegre; as
senhoras Cláudia Figueiró Souza, Eudócia Garcia Andrade, Andrea Valer e Aline
Arlasher, diretoras da Associação dos Orientadores Educacionais do Rio Grande
do Sul. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se a vereadora Sofia Cavedon e o vereador
Bernardino Vendruscolo. Em prosseguimento, a senhora Presidenta concedeu a
palavra à senhora Cláudia Figueiró Souza, que agradeceu a homenagem prestada
por este Legislativo. A seguir, a senhora Presidenta convidou o vereador
Bernardino Vendruscolo para, juntamente com Sua Senhoria, proceder à entrega de
Diploma alusivo à presente solenidade à senhora Cláudia Figueiró Souza. Às
quinze horas e vinte e três minutos, os trabalhos foram regimentalmente
suspensos, sendo retomados às quinze horas e vinte e cinco minutos. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Pedro Ruas, Bernardino
Vendruscolo, Clàudio Janta, Valter Nagelstein, Delegado Cleiton e Engº
Comassetto. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se o vereador Airto Ferronato e a
vereadora Fernanda Melchionna. Após, por solicitação do vereador Clàudio Janta,
foi efetuada verificação de quórum, constatando-se a existência do mesmo. Em
continuidade, foram apregoados o Projeto
de Lei do Legislativo nº 358/13 (Processo nº 3208/13), da Mesa Diretora, e o
Memorando nº 073/13, de autoria da vereadora Sofia Cavedon, deferido pelo
senhor Presidente, solicitando autorização para representar externamente este
Legislativo, hoje, no XII
Seminário Internacional de Agroecologia, em Porto Alegre. Em GRANDE
EXPEDIENTE, pronunciou-se o vereador Elizandro Sabino, em tempo cedido pelo
vereador Paulo Brum. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se a vereadora
Fernanda Melchionna. Em TEMPO DE PRESIDENTE, pronunciou-se o vereador Dr.
Thiago. Às dezesseis horas e
cinquenta e dois minutos, constatada a existência de quórum, foi iniciada a
ORDEM DO DIA. Em Votação, esteve a Indicação nº 058/13 (Processo nº 3048/13), a
qual, após ser encaminhada à votação pelos vereadores Tarciso Flecha Negra,
Valter Nagelstein, Reginaldo Pujol, Alberto Kopittke, Fernanda Melchionna e
Valter Nagelstein, teve sua votação adiada por uma Sessão, a Requerimento,
aprovado, de autoria do vereador Tarciso Flecha Negra. Em Votação, foi aprovado
o Requerimento nº 187/13 (Processo nº 3065/13), após ser encaminhado à votação
pelos vereadores Engº Comassetto, Alceu Brasinha, Reginaldo Pujol, Delegado
Cleiton e Valter Nagelstein. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados os
Projetos de Lei do Legislativo nos 086 e 094/13 (Processos nos 1043
e 1124/13, respectivamente). Às dezoito horas e três minutos, o senhor
Presidente declarou encerrada a Ordem do Dia. Durante a Sessão, os vereadores
Valter Nagelstein, Clàudio Janta, Fernanda Melchionna, Tarciso Flecha Negra e
Engº Comassetto manifestaram-se acerca de assuntos diversos. Às dezoito horas e
quatro minutos, constatada a inexistência de quórum, o senhor Presidente
declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Sessão
Ordinária da próxima
quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos vereadores
Dr. Thiago, Bernardino Vendruscolo, Waldir Canal, Sofia Cavedon e Nereu D'Avila
e secretariados pelo vereador João Carlos Nedel. Do que foi lavrada a presente
Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelos senhores 1º
Secretário e Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Em votação as Atas disponíveis nas Pastas
Públicas do correio eletrônico: Atas da 78ª a 89ª Sessões Ordinárias e das 11ª
e 12ª Sessões Extraordinárias. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que as aprovam
permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADAS.
Passamos à
A Tribuna Popular de hoje tratará da divulgação da
VIII Romaria de Nossa Senhora Desatadora dos Nós, que acontecerá no dia 1º de
dezembro, às 9h. O Padre Jaime
José Caspary,
Pároco, representando a Paróquia São Vicente Mártir,
está com a palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos.
O SR. JAIME JOSÉ
CASPARY: Irmãos e irmãs aqui presentes nesta tarde, como bem já falou o Ver. Bernardino Vendruscolo,
queremos divulgar a VIII Romaria em louvor à Nossa Senhora Desatadora dos Nós,
que vamos realizar no próximo domingo, dia 1º de dezembro. Lembramos que o seu
dia é 08 de dezembro, mas já temos esse bonito costume, na Paróquia São Vicente
Mártir, de sempre, no primeiro domingo de dezembro, fazer essa romaria, já há 8
anos. Há toda uma preparação anterior para esse dia, especialmente a novena em
preparação, e que está em curso. Hoje à noite, às 20h, teremos a quinta noite
da nossa novena. Em cada noite, sempre temos a presença de um sacerdote que vem
de fora, que prega um determinado assunto, um determinado tema. Sempre há
pessoas especiais que nós convidamos para esse evento.
Queremos falar um
pouquinho sobre o surgimento dessa devoção à Nossa Senhora Desatadora dos Nós.
Lembramos há 300 anos em Augsburg, na Alemanha, e através de uma frase do
grande Santo Irineu, que afirmava que Eva, no Antigo Testamento, atou o nó da
desobediência e Maria, no Novo Testamento, por sua obediência, o desatou.
Então, em Eva, nós temos a desobediência, e, em Maria, nós temos a obediência.
Por isso, também o nosso catecismo da Igreja Católica afirma que Maria é a nova
Eva: se com Eva, no Antigo Testamento, nós perdemos a nossa dignidade de filhas
e filhos de Deus; em Maria, no Novo Testamento, nós novamente recuperamos essa
dignidade. E nós temos também um grande aliado nessa nossa devoção à Nossa
Senhora Desatadora dos Nós, que é o nosso atual Papa Francisco. Vocês sabem que
o papa Francisco foi provençal dos padres jesuítas na Argentina. Depois que ele
passou um período como provençal, o seu superior o mandou estudar na Alemanha
durante dois anos. Na Alemanha, praticamente, ele não conhecia ninguém e se
sentia muito sozinho, e lá ele descobriu essa devoção à Nossa Senhora
Desatadora dos Nós. Então, ele se firmou e se agarrou muito em Nossa Senhora
Desatadora dos Nós, que é a imagem que nós temos na entrada deste local aqui
nesta tarde. Inclusive, temos um livro que tem como título “Papa Francisco, o
Papa do Povo”, onde temos um capítulo inteiro onde o Papa Francisco lembra o
carinho que ele tem, a devoção para com Nossa Senhora Desatadora dos Nós. Todos
nós seguidamente acompanhamos, pela imprensa, pelos meios de comunicação
social, pelo jornal, pela televisão, a palavra “nós”: há nós a desatar, há nós
a resolver, há nós a solucionar. Então, a gente percebe, no fundo, os nós são
aquelas dificuldades da nossa vida, os desafios, os problemas da caminhada,
que, muitas vezes, a curto prazo, não conseguimos solucionar, mas, com a ajuda
de Maria, nós haveremos de vencer, haveremos de solucionar. Então, essa é a
entrega que nós também sempre fazemos a Maria, da nossa vida, dos nossos nós.
Então, popularmente, nós seguidamente escutamos esta afirmação: os nós da vida,
do nosso dia a dia. E por isso também nós temos essa grande devoção, de 300
anos para cá, em louvor à Nossa Senhora Desatadora dos Nós.
Gostaríamos também de
lembrar alguns aspectos. Depois, quando nós olharmos mais próximos a imagem de
Nossa Senhora Desatadora dos Nós, nós vamos identificar isso. Nós temos Nossa
Senhora com os nós, que são as dificuldades da vida, como que a fita da nossa
vida. Nossa Senhora sabe muito dos nossos desafios, das nossas alegrias, das
nossas dificuldades. Então, a fita da nossa vida Nossa Senhora bem conhece e
bem sabe, por isso ela sempre também nos ajuda a resolver as dificuldades da
vida. Se nós olharmos também a imagem dela, nós vamos ver que, tanto à direita
como à esquerda, nós temos anjos da guarda. Qual é a função deles? É ajudar
Maria a desatar os nós. Vocês vão ver depois, olhando detalhadamente a imagem,
que os dois anjos ajudam a desatar esses nós, a resolver esses nós. Quanto é
importante na nossa vida também a presença dos santos anjos da guarda para nos
amparar, para nos proteger! Queremos também lembrar algumas coisas concretas
para essa semana em que nós temos esta novena. Nós começamos no dia 21, na
última quinta-feira, essa novena, cada noite com um tema específico. E, neste ano,
nós também escolhemos – como é o ano da fé, que concluímos ontem – um pouco
nesta linha: a ligação de Maria com o tema da fé na nossa vida, no nosso dia a
dia. E por isso também, a cada noite, nós temos essa novena, e os grandes dias
mesmo serão sábado e domingo. Sábado, na nossa programação, às 16h, nós
partiremos da Igreja São Vicente Mártir de carro. Nós esperamos,
aproximadamente, 200 automóveis para levar Nossa Senhora Desatadora dos Nós
para a paróquia vizinha, no bairro Tristeza, Paróquia Nossa Senhora das Graças.
Lá a imagem vai pernoitar e, no dia seguinte, domingo, 1º de dezembro, às 9h,
nós sairemos de lá a pé, levando a imagem de volta à Igreja São Vicente Mártir.
Lá chegando, teremos a missa solene; ao meio-dia, teremos um almoço gostoso; à
tarde, teremos momentos de bênção, momentos de orações, momentos do terço da
divina misericórdia. Enfim, há toda uma programação especial e importante para
todos nós. Depois, no final, cada um dos Vereadores, cada uma das Vereadoras
irão receber um kit em que temos toda
essa programação, todo esse convite que será transmitido a vocês. Então, é uma
semana muito especial, muito intensa para todos nós da Paróquia São Vicente
Mártir. Inclusive, ela vai percorrer vários lugares públicos, por dois domingos
– ontem e no domingo passado, dia 17 de novembro –, a imagem esteve no Brique
da Redenção. Também, ontem e anteontem, sábado, a imagem esteve na Estação
Rodoviária. Então, em vários pontos da nossa Capital, em vários lugares, nós
tivemos essa presença da imagem de Nossa Senhora Desatadora dos Nós. Também
lembramos que, esta semana, ela vai, inclusive, ao Presídio Feminino, vai
percorrer algumas madeireiras da Zona Sul, escolas da Zona Sul; em vários
ambientes, em vários lugares, Nossa Senhora Desatadora dos Nós vai estar. E ela
vai criando esse vínculo, essa fraternidade junto às pessoas. E percebemos como
está crescendo essa devoção não somente aqui em Porto Alegre, como também em
diversos lugares. Muitas pessoas, famílias de outros Municípios, inclusive, vêm
à nossa Paróquia São Vicente Mártir para ter mais conhecimento sobre essa
devoção. Ouviram falar dessa devoção e vêm para conhecer, inclusive gente do
nosso Interior do Estado que também quer conhecer essa devoção. Então, a gente percebe como está criando vínculo e, como é uma devoção
de pouco tempo para cá, ela vai proliferando, vai crescendo. Isso nos alegra
muito, e, ao mesmo tempo, percebemos essa grande responsabilidade que temos ao
redor de toda esta devoção.
Para lembrar: a
igreja é cristocêntrica, ou seja, Cristo é o centro, mas a devoção popular, a
devoção mariana é muito importante, também, na vida da nossa Igreja Católica.
Inclusive, em maio de 2007, tivemos, em Aparecida-SP, a Assembleia dos Bispos
da América Latina e do Caribe, quando surgiu o Documento de Aparecida, onde se
fala muito em como os povos da América Latina têm um carinho todo especial para
com devoção aos santos e santas de Deus, à Nossa Senhora e aos vários títulos
que Nossa Senhora tem no meio do povo, no meio das pessoas. A gente percebe,
aqui, especialmente na América Latina, como cada país tem um carinho especial
com devoção à Nossa Senhora, cada país com o seu título, sua devoção. A gente
percebe como o povo precisa se agarrar a algo. E Nossa Senhora é esse bonito
caminho para todos nós caminharmos aqui neste mundo.
Então, nós queremos,
com carinho, convidar os Srs. Vereadores e as Sras. Vereadoras para se fazerem
presentes, no próximo domingo, dia 1º de dezembro, na VIII Romaria em Louvor à
Nossa Senhora Desatadora dos Nós. Seria isto, Sr. Vereador. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Muito obrigado, Padre Jaime. O Ver. Professor Garcia está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Prezado Ver. Bernardino
Vendruscolo; caro Padre Jaime Caspary; quero dizer da alegria de recebê-lo
nesta Casa. Nos outros anos, o Padre Sérgio já tinha vindo para divulgar a
Romaria em Louvor à Nossa Senhora Desatadora dos Nós. Sei que o senhor tem sido
um peregrino na missão de levar a Desatadora dos Nós a vários lugares.
Inclusive, estiveram em Guaíba, de catamarã, fizeram uma procissão em Guaíba.
Quero também dizer da
minha alegria de ter tido a oportunidade de colocar o evento no Calendário
Oficial da Cidade. Fui escolhido pelos paroquianos, entre os 36 Vereadores, e
com muita alegria o fiz. Quero saudar os paroquianos que estão aqui junto com o
senhor. O senhor tem uma comitiva, não vou citar nomes, pois corro o risco de
citar alguns e acabar esquecendo de outros. Falo, então, em nome do nosso
Partido, o PMDB, em nome do nosso Líder, Ver. Idenir Cecchim, da Ver.ª Lourdes
Sprenger – que o senhor bem conhece –, do Ver. Valter Nagelstein e deste
Vereador. Acho que esse convite é importante para que os Vereadores participem,
se puderem, é rápido, uma hora no máximo, começa às 9h, mas, ao mesmo tempo, é
uma oportunidade de ver que é uma das procissões que mais está crescendo em
Porto Alegre. No ano passado estiveram lá oito mil pessoas, e não tenho nenhuma
dúvida, Padre Jaime, que neste ano vamos ter mais de dez mil frequentadores lá,
devido ao trabalho que o senhor tem feito de divulgação, de levar a cada um dos
lugares; sei que os ônibus já estão circulando com os cartazes também. Então,
mais uma vez, quero parabenizá-lo por essa nova missão que o senhor está tendo,
mas, na realidade, o senhor sempre acolheu, porque sempre foi na sua paróquia
que ela ficou, quando o senhor estava na Paróquia Nossa Senhora das Graças. O
senhor fez uma troca com o Padre Sérgio, um casamento que está dando certo em
todas as fases. Então, parabéns. Nós estaremos lá e penso que praticamente toda
a Bancada do PMDB estará lá. Parabéns!
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra, nos termos do art. 206
do Regimento.
O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Sr.
Presidente, Ver. Bernardino Vendruscolo; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores;
Padre Jaime, parabéns! Parabéns à Igreja, à comunidade. A primeira vez que eu
participei aqui eu ganhei a imagem de Nossa Senhora, que está lá no meu
gabinete junto comigo. Se diz do baiano que é a Bahia de todos os santos; aqui,
em Porto Alegre, as pessoas têm muita fé, o porto-alegrense tem muita fé. E eu
sou um cristão praticante, frequento muito a Igreja das Dores, minha madrinha,
meu aniversário é junto com a Nossa Senhora das Dores, e tenho uma devoção
muito grande também por Nossa Senhora. Desde que eu coloquei a imagem dela em
meu gabinete, sempre que eu sento, ela está de frente para mim, e eu sempre
estou ali rezando, orando e pedindo ajuda para desatar alguns nós que temos na
vida; são tantos nós na nossa vida para desatar. Meus parabéns e vamos fazer de
tudo, nós, do PSB, para estarmos junto na procissão. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra, nos termos do art. 206 do
Regimento.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Amigo Padre
Jaime, seja bem-vindo a esta Casa, o senhor e sua comitiva aqui, os nossos
queridos paroquianos da São Vicente Mártir; recebam as boas-vindas do Partido
Progressista, dos Vereadores Guilherme Socias Villela, Mônica Leal e de mim.
Quero agradecer por vir aqui fazer o convite para a VIII Romaria de Nossa
Senhora Desatadora dos Nós, que acontecerá no próximo
domingo, dia 1º de dezembro, também para fazer o convite da novena preparatória
que já está ocorrendo lá na Rua Victor Silva. Estaremos lá, sem dúvida, e nós
sabemos da importância dessa romaria, pois é um evento oficial do Município de
Porto Alegre, graças ao projeto do Ver. Professor Garcia. Gostaria de fazer o
reforço desse convite dizendo, pela experiência que tenho, que é extremamente
importante apelar para a devoção de Nossa Senhora Desatadora dos Nós. Seja muito bem-vindo a esta Casa.
(Não revisado
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Delegado Cleiton está com a palavra, nos termos do art. 206 do
Regimento.
O SR. DELEGADO CLEITON: Sr. Presidente, Padre
Jaime, é um prazer, em nome do PDT, dos Vereadores Nereu D’Avila, Márcio Bins
Ely, Luiza Neves, Mario Fraga e em meu nome, saudá-lo e dizer que estaremos,
eu, pelo menos, pessoalmente, estarei presente, até porque tenho uma devoção
muito forte. Sou católico e sei do trabalho que é feito por essa paróquia junto
à sua comunidade, um trabalho social muito bonito que é feito pela sua
comunidade, sei porque tenho uma afilhada e uma comadre que são frequentadoras
da sua paróquia. Estarei presente com toda a fé que Deus possa nos dar.
Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Paulinho Motorista está com a palavra, nos termos do art. 206 do
Regimento.
O SR. PAULINHO MOTORISTA: Boa-tarde,
Presidente Bernardino; boa-tarde, Padre Jaime; quero-lhe dar os parabéns pela
sua presença na Câmara Municipal e dizer que o admiro pelo trabalho que o
senhor dedica aos seguidores, à Igreja, sei que não é fácil. Com certeza, tenho
o maior respeito por vocês, padres, que são homens abençoados por Deus. Quando
eu estava na “motora” do ônibus, Presidente Bernardino, às 10 horas, quando o
pessoal descia do ônibus, o padre sempre estava na frente ali, e eu sempre
pedia a bênção: “Dá a bênção aí, Padre.” Eu o admiro e quero, em nome da
Bancada do PSB, do Líder, Ver. Airto Ferronato, e deste Vereador, lhe dar os
parabéns. Pode sempre contar conosco, estamos sempre à sua disposição, Padre.
Fique com Deus! (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Mario Manfro está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. MARIO MANFRO: Sr. Presidente, Ver.
Bernardino Vendruscolo; Padre Jaime, apenas para cumprimentá-lo pelo excelente
trabalho social desenvolvido, que eu tive a oportunidade de conhecer. Um
trabalho no aspecto social mais amplo, de congraçamento das pessoas, e eu tive
a oportunidade de participar de algumas das romarias. Já é um evento
tradicional na cidade de Porto Alegre, e não é nada mais que a nossa obrigação
participar e divulgar esse evento. Obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra, nos termos do art. 206 do
Regimento.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Obrigada, Ver.
Bernardino. Eu queria cumprimentar o Padre Jaime e, na sua pessoa, todos os
leigos da Paróquia São Vicente Mártir, e dizer que a gente fica muito feliz que
o mote dessa celebração, dessa peregrinação e dessa grande mobilização é a
Nossa Senhora, que é a figura da mulher. O Padre Jaime é uma lenda já na Zona
Sul e sabe que a figura da mulher ainda precisa ser muito valorizada, muito
respeitada e precisa encontrar o seu lugar na sociedade da banalização do corpo
da mulher, da sua dignidade, da sua autonomia. E a Maria Desatadora dos Nós tem
esse símbolo muito forte para nós.
Mas eu também queria
registrar aqui o trabalho social dessa festividade, mas das paróquias –
inclusive, Padre Jaime, fazendo uma homenagem a ti, onde eu te conheci
trabalhando –, porque eu acho que a Igreja viva, com as suas belíssimas
histórias de vida, que são os santos, a história de Maria, de Jesus, uma
história de transgressão do instituído, da hierarquia, da naturalização da
desigualdade... É a inversão disso que essas histórias pregam e a gente vê na
fé viva uma Igreja engajada socialmente, essa Igreja
que honra essas histórias. Então, quero desejar, em nome da minha Bancada –
estão aqui os Vereadores Alberto Kopittke, Engº Comassetto, Marcelo Sgarbossa e
Mauro Pinheiro, que a festa seja muito forte, muito pujante, que siga com essa
belíssima missão de honrar a grande imagem e a grande história da Virgem Maria.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra, nos termos do art. 206 do
Regimento.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Boa-tarde, Padre
Jaime, é um prazer esta Casa receber o senhor, pela espiritualidade que traz a
esta Casa. Eu estava conversando com o Ver. Professor Garcia, que me lançou um
desafio: ir à romaria da Nossa Senhora Desatadora de Nós, só que ele não sabia
que eu já participo das romarias de Santa Rita e de São Jorge, do qual sou
devoto, e da Nossa Senhora do Trabalho, porque sou sindicalista. Mas estaremos
lá, porque acreditamos que, com força e fé, a gente pode melhorar um pouco a
vida das pessoas e, principalmente, desatar esses nós que a vida nos prepara.
Que Deus abençoe o senhor e a todas as pessoas que estão organizando essa festa
em homenagem a Nossa Senhora Desatadora de Nós. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Padre Jaime, em nome da Casa, queremos cumprimentar e agradecer a todos
os fiéis que de lá vieram visitar a Casa do Povo e rogar a Nossa Senhora
Desatadora de Nós para que proteja esta Casa também. Muito obrigado, e estamos
sempre aqui à disposição do senhor e dos fiéis. (Pausa.)
Passamos às
Hoje, este período é destinado a homenagear a
Associação dos Orientadores Educacionais do Rio Grande do Sul – AOERGS, pelo
transcurso do Dia Nacional do Orientador Educacional, nos termos do
Requerimento nº 190/13, de autoria da Ver.ª Sofia Cavedon.
Convidamos para compor a Mesa: a Sra. Claudia
Figueiró Souza, Diretora de Planejamento da Associação dos Orientadores
Educacionais do Rio Grande do Sul; a Sra. Eudócia Garcia Andrade, Diretora de
Finanças da AOERGS; a Sra. Andrea Valer, Diretora de Formação da AOERGS; e a
Sra. Aline Arlasher, Diretora de Publicação da AOERGS.
A Ver.ª Sofia
Cavedon, proponente desta homenagem, está com a palavra em Comunicações.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Vereador-Presidente, nosso Vice-Presidente, Ver. Bernardino; Srs.
Vereadores e Sras. Vereadoras, cumprimento com muito carinho a Direção
colegiada da Associação dos Orientadores Educacionais do Rio Grande do Sul: a
Sra. Claudia Fagueiro de Souza, Diretora de Planejamento da Associação dos
Orientadores Educacionais do Rio Grande do Sul; a Sra. Eudócia Garcia Andrade,
Diretora de Finanças; a Sra. Andrea Valer, Diretora de Formação e colega
municipária, e a Sra. Aline Arlasher, Diretora de Publicações. Mais uma vez,
nós queremos trazer ao plenário da Casa, na figura dessas guerreiras,
professoras, educadoras, orientadoras educacionais, a luta incansável, de 47
anos de atuação, da Associação dos Orientadores Educacionais do Rio Grande do
Sul, a AOERGS. Se tem uma entidade que representa – eu sempre costumo afirmar
isto – a nossa visão de educação, que recebe o aluno, corpo inteiro, ser
humano, de afeto, conhecimento, de corporeidade, tudo numa única questão, e não
em pedacinhos, é o papel e a figura do orientador educacional. O fato de ele
ter esse olhar para o aluno, para a dimensão de sua família, de sua localidade,
de sua formação cultural, de seu mundo psicológico, da sua forma de aprender,
esse olhar todo, essa ponte para o pedagógico, ou seja, o profissional que tem
esse olhar, mas que compõe a equipe pedagógica, portanto, tem esse olhar para
fins da garantia do aprendizado e do desenvolvimento integral desse aluno e
dessa aluna. Isso tudo, para nós, é a melhor síntese, Ver.ª Lourdes, do que
significa a educação que, por muito tempo, responsabilizou as famílias, responsabilizou
a sociedade ou o próprio aluno e abria mão da grande responsabilidade que é
entender o aluno como o objeto sujeito do seu trabalho. Portanto, todas essas
características compondo as características do sujeito, que dá sentido e que é
objeto do nosso trabalho e não negando todas esses questões, mas, sim,
trazendo-as para a escola, compondo elas a construção do currículo – entendido
currículo como também as regras de convivência, quando, muitas vezes, o
educador, o orientador educacional entra, mas como também as inúmeras
oportunidades de laços com a família e com a comunidade onde a atuação do
orientador educacional é muito importante.
Então, primeiro esta homenagem à Associação que
organiza, que acumula, que tem proporcionado aos educadores, mas não só a eles,
aos professores especialistas em educação, a atualização desse debate, diante
dos desafios dos novos tempos de formação dos nossos alunos e alunas, dos
desafios dos tempos de rede e tecnologia, dos desafios da nova sociedade, mas
também acho que os educadores, orientadores educacionais, através da sua
Associação, têm prestado um serviço fundamental ao debate da educação
brasileira, aqui, da educação do Rio Grande do Sul, mas a sua organização nos
congressos nacionais e internacionais; na sua organização brasileira, na ideia
de que a educação não se faz isolada, numa ilha, resolvida lá na escola tal,
mas que é um debate de rede, de cidade. É preciso fazer o debate da cidade, é
preciso fazer o debate da rede de ensino numa associação que é engajada no
debate das condições de trabalho, no debate do quadro de pessoal da escola, na
disputa de que escola e o currículo não são apenas feitos com professor e
aluno. A disputa de que tem que ter equipe pedagógica; de que tem ter
planejamento na escola; que tem que ter espaço para a formação antes, durante e
depois do tempo de sala de aula; que educação são todos esses tempos; que a
escola não pode ser esvaziada do pensar pedagógico, porque vira uma tarefeira,
vira apenas o professor na frente do aluno, reproduzindo o que já está pronto,
porque ele não tem tempo para essa construção. É parceira e disputa concurso
para professor e não cargos temporários, disputa piso – acho que são essas as
dimensões de uma ação e de uma organização de um segmento, mas com um olhar do
todo da qualificação da educação que eu quero ressaltar neste período de
Comunicações. Este período de Comunicações também se destina a homenagear a
Orientadora Educacional que, em 4 de dezembro, tem o seu Dia Nacional a ser
comemorado. Uma profissão que está muito desafiada pela transformação da
formação dos educadores do ensino superior, Professor Garcia, por ter terminado
o curso superior específico, por ser uma especialização, pelos novos modelos de
escola. Eu quero parabenizá-los, inclusive, por não estarem fechados para este
debate, por estarem construindo este novo momento da educação.
O Sr.
Professor Garcia: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento da
oradora.) Ver.ª Sofia Cavedon, quero parabenizá-la pela oportunidade de trazer,
a esta Casa, a UERGS. Quero cumprimentá-las, já fiz uma saudação pessoal, e
dizer da importância, primeiro, da profissão dentro da questão da educação. E
parabenizá-las, porque elas estão sempre abertas aos desafios. E nós sabemos
das dificuldades que, muitas vezes, as orientadoras educacionais têm dentro da
escola: são confundidas; fazem múltipla função e, muitas vezes, o
reconhecimento que elas merecem passa despercebido. Mas quem vive o dia a dia
da escola sabe da importância da sua presença e que, realmente elas são
insubstituíveis. É o tipo de profissão que, muitas vezes, no dia a dia passa
despercebido, mas se desaparecer, se não tiver orientador, fica uma lacuna. E
em vários setores, dentro da escola, olham para uma, olham para outra, para ver quem vai ocupar aquela lacuna –
estou falando numa linguagem que elas bem conhecem.
Meus parabéns, a luta de vocês continuará por muito
tempo, mas vejo que vocês estão num crescendo, porque a educação também está
com um novo olhar de importância.
Novamente, meus cumprimentos. E a Sofia já
mencionou que o dia 4 é o Dia do Orientador Educacional. Parabéns e continuem
na luta. Obrigado.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Obrigada, Ver. Garcia.
O Sr. Clàudio
Janta: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Ver.ª Sofia,
orientadoras presentes aqui, eu, há pouco, falava para a Ver.ª Mônica que eu
fui um grande frequentador do SOE. Quero dizer às senhoras que cheguei a esta
Câmara de Vereadores graças às orientadoras educacionais, porque eu era um
frequentador semanal do SOE, e o trabalho das senhoras me ajudou muito a ser o
homem que sou hoje. Esperamos que esse trabalho continue ajudando a outros
filhos de operários, outras pessoas das vilas da nossa Cidade a chegarem aqui.
Obrigado.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Obrigada, Ver. Janta. Acho que com o seu depoimento encerramos a
homenagem em grande estilo, porque, de fato, é essa a ideia da presença do
orientador educacional.
Parabéns, gurias, parabéns a toda a categoria.
Estejam sempre à vontade de vir a este Parlamento pedir o apoio a essas lutas
que sempre são no sentido de uma educação de qualidade para todos e todas. Um
grande abraço. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Ver.ª Sofia, solicito que V. Exa. presida os
trabalhos para que eu possa me manifestar e para que conduza a Sessão neste
momento tão importante, já que V. Exa. é professora.
(A Ver.ª Sofia Cavedon assume a presidência dos
trabalhos.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Agora as mulheres tomaram conta do plenário.
O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra em
Comunicações.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sra. Presidente, Srs. Vereadores, Sras.
Vereadoras, professoras presentes já nominadas, eu gostaria, Sras. professoras
e demais educadores, de aproveitar este momento para registrar, especialmente
ao Ver. Clàudio Janta, que, lá no interior da cidade de Iraí, na colônia, nós
não tínhamos SOE; lá, botavam os alunos atrás da porta, de joelhos. Não
queremos buscar essa época, professoras e educadoras que aqui estão e aqueles
que estão nos assistindo, mas quero fazer um registro da minha indignação em
várias oportunidades em que acompanhei reuniões nos colégios onde as minhas
filhas estudaram. Eu quero aqui fazer um depoimento: causou-me espanto, mais de
uma vez, o desrespeito de alguns pais com os professores – eu talvez nunca
tenha falado isso e vou aproveitar para falar hoje. Em mais de uma
oportunidade, eu vi o exagero da cobrança de alguns pais com os professores.
E eu quero também resgatar aqui uma pessoa que já
partiu, o Professor Mário Juarez de Oliveira, que foi um grão-mestre do GOB – um ramo da maçonaria
brasileira –, que dizia que estava equivocado o Ministério da Educação. Qual
era a sua tese? Que educação não é o que o aluno busca e deve buscar nos
colégios, mas o que leva de casa. Nos colégios, se busca o ensino, o preparo
para a vida, mas não a educação em si. Eu, evidentemente, tenho algumas
dúvidas, em razão de que, hoje, os pais pouco tempo têm para ficar com os
filhos. Muitas vezes, os filhos ficam mais tempo com os educadores do que com
os próprios pais, em razão da vida moderna. Então eu acho que é um misto disso,
mas eu precisaria fazer esse registro em homenagem ao Mário Juarez, que foi um
entusiasta da educação.
Também preciso fazer um registro mais contundente,
um apelo aos pais: quando participarem das reuniões, nos colégios, por favor,
procurem entender os professores, procurem imaginar que os seus filhos podem
ser um pouco diferentes lá, junto com os coleguinhas, dificultando a vida dos
educadores. É claro que não precisamos voltar ao tempo em que os educadores
batiam nas mãos, nos dedinhos dos alunos, em que os faziam ajoelhar em cima de
grãos de milhos e coisas parecidas – época da qual me lembro muito bem. Agora
os professores precisam ter um pouco de liberdade! Nós temos que resgatar as
questões de hierarquia: as salas de aulas precisam ter hierarquias; o professor
o educador precisa ser respeitado, goste ou não o aluno, porque quem comanda,
quem está administrando aquele ambiente é o professor, e os pais precisam
fazer, no mínimo, essa recomendação aos alunos, para que tenham tolerância,
porque o professor é um só na sala de aula, mas são 30, 40 crianças, tipo
abelhas! E a gente respeita porque criança é criança – quem não foi criança?
Nós precisamos entender as dificuldades dos educadores para coordenarem isso
tudo. Haja paciência para isso tudo! Deve haver tolerância dos pais com a
possibilidade de um excesso, vez que outra, porque os alunos muitas vezes – são
crianças, são jovens – se excedem, se excedem, sim. E os professores e os
educadores também têm os seus problemas; também têm, são seres humanos que
muitas vezes saem de casa com dificuldade, também têm os seus filhos...
Confesso que, nas vezes em que eu participei daquelas reuniões de pais e
mestres, eu saí decepcionado com mães e pais, pela intolerância, pela
agressividade com os educadores.
Fica aqui, Sofia – nós nunca conversamos sobre isso
–, esse registro, que é o meu sentimento das vezes em que eu participei dessas
reuniões. E, para fazer uma analogia, “antes da galinha vem o ovo”, e antes dos
doutores vêm os professores. Valorizemo-los.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Muito obrigada, Ver. Bernardino Vendruscolo, pela
parte dos professores.
A Sra. Claudia Figueiró Souza, Diretora de
Planejamento da Associação dos Orientadores Educacionais do Rio Grande do Sul,
está com a palavra.
A SRA. CLAUDIA
FIGUEIRÓ SOUZA: Boa-tarde a todos. Cumprimento todos os presentes
em nome da Associação dos Orientadores Educacionais do Rio Grande do Sul, em
especial a ilustre Ver.ª Sofia Cavedon, demais membros da Comissão de Educação,
Cultura, Esportes e Juventude, da Câmara Municipal de Porto Alegre. Esta
oportunidade nos foi concedida em detrimento de tantas outras atividades, para
que nós pudéssemos ter este espaço e falar um pouco mais sobre a orientação
educacional aqui neste Parlamento.
No próximo dia 4 de dezembro, nós estaremos
comemorando mais um Dia Nacional do Orientador Educacional. Para a AOERGS, que
representa mais de cinco mil orientadores educacionais do solo gaúcho, é um dia
de celebração, mas também é um dia de mantermos viva a chama da nossa luta
constante pela valorização do nosso trabalho. Nós celebramos mais um ano de
regulamentação da nossa profissão; celebramos também o constante reconhecimento
que recebemos de pais, de alunos, de educadores, das comunidades escolares, de
uma maneira geral, sobre a relevância do nosso trabalho junto à equipe
pedagógica da escola; celebramos também, neste ano, um esforço das novas
gerações de acadêmicos de pedagogia, que têm se esforçado em manter viva,
acesa, a chama da Orientação Educacional, mesmo diante da desqualificação dos
cursos de graduação em prol de uma formação inespecífica ou generalista que
temos hoje, E celebramos o 4 de dezembro, nossos colegas da diretoria, com
muita alegria, mas também com fé em dias melhores e sem deixar de lado as
nossas tradicionais bandeiras, como representantes de uma categoria legalmente
reconhecida no exercício do seu trabalho. Quais seriam essas nossas lutas?
Primeiro lugar, a luta pela realização de concurso público para o provimento
dos cargos em aberto, tanto na rede pública estadual quanto na rede municipal.
O nosso objetivo como orientadoras, como profissionais, é que possamos ter, no
mínimo, um orientador educacional em cada escola. Esse é o nosso sonho. Alguns
nos chamam aí de sonhadoras em excesso. Mas nós temos esse sonho, precisamos
cultivar essa esperança no nosso coração; no mínimo, uma orientadora
educacional por escola, na rede pública estadual e municipal.
Em segundo lugar, a luta por um salário digno para
os nossos profissionais. Quando a gente fala em salário digno, nós não estamos
nos referindo a piso, não estamos nos referindo a perdas salariais; nós estamos
pedindo um salário que seja suficiente para que possamos manter a nossa
constante qualificação e formação continuada, para que possamos investir na
nossa qualificação, já que a educação está mudando, e nós precisamos estar
também nos atualizando diante de toda a demanda que aparece no serviço de
orientação educacional.
Em terceiro lugar, nós estamos batalhando muito
pela manutenção dos critérios de contratação para o provimento das vagas de
orientação educacional. Preocupa-nos que profissionais que não tenham a habitação
necessária, que não tenham a qualificação necessária estejam desempenhando as
funções de orientadores educacionais nas nossas escolas públicas. É claro que,
para termos qualidade, nós precisamos ter profissionais qualificados, e a OERGS
segue firme na sua luta como um órgão fiscalizador, como um órgão sempre
disponível a estar ao lado do profissional de orientação educacional e buscando
que essa qualificação seja respeitada diante do exercício profissional de cada
um.
E, em quarto lugar, nós lutamos também pela
aposentadoria especial para os orientadores educacionais. Por que lutamos por
uma aposentadoria especial? Porque, além de sermos orientadores educacionais,
nós não deixamos de ser educadores. Nós trabalhamos de segunda a sexta dentro
das escolas, nós estamos vinculados ao aluno, à família, à comunidade escolar,
aos educadores, e o nosso serviço, posso dizer para vocês, é tão desgastante ou
até mais do que, muitas vezes, o trabalho do professor que está dentro da sala
de aula. Então, se o professor tem direito a uma aposentadoria especial, a
AOERGS luta para que o orientador educacional também tenha esse direito
estendido à sua prática.
Muito foi dito sobre a orientação educacional na
última década, até que a nossa profissão estava extinta. Mas uma pergunta que
eu lanço aos presentes: se nós somos desnecessários, como membros de uma equipe
pedagógica, se a escola hoje não precisa mais de educadores educacionais, como
temos ouvido alguns governos se manifestar, por que será que as instituições privadas
continuam mantendo a nossa função, continuam nos procurando, continuam nos
contratando? Por que a nossa presença como profissionais não pode ser estendida
a todas as camadas da população? Por que é só a escola privada que tem
orientador educacional? E a escola pública? E o aluno das camadas sociais mais
limitadas? E o aluno que, muitas vezes, não tem muita expectativa lá na sua
periferia, na sua realidade? Por que ele também não pode contar com a presença
de um orientador educacional na sua escola? Seria a orientação educacional,
hoje, um artigo de luxo? Seria, quem sabe, restrita a uma parcela privilegiada
da população? Seria, quem sabe, uma representação de custo muito alta para o
Governo, já que nós ganhamos salários milionários? Essas inquietações permanecem
diariamente no exercício do nosso trabalho. Mas elas se reascendem, com muito
maior rigor, ao final e ao início de cada período letivo. Nós teremos espaço na
escola pública em 2014? Nós poderemos confiar em dias melhores para a
Orientação Educacional? O que nos reserva o próximo ano?
O serviço de Orientação Educacional não se
restringe a auxiliar alunos com problemas ou os desajustados, embora tenhamos
ouvido depoimentos, inclusive do nosso ilustre Ver. Clàudio Janta, falando do
benefício que a Orientação Educacional teve na sua carreira, na sua vida; mas
nós não lidamos só com esse tipo de problema. Vejam vocês que, se fosse apenas
isso, nós já seríamos merecedores de um respeito muito grande, mas o nosso
trabalho vai além, ele é bem mais amplo. Ele é voltado para a construção da
cidadania; ele aproxima a escola da sua comunidade; ele trabalha a
subjetividade e a reflexão dos nossos alunos através de um aspecto
imprescindível no mundo em que nós vivemos, que é o diálogo. É no SOE que a
gente se encontra para conversar. É no SOE que a gente expõe os nossos
sentimentos. É no SOE que a gente encontra uma palavra de conforto, de
incentivo, um conselho; às vezes, o apoio para um momento de dificuldade e isso
não se restringe apenas ao aluno; muitos são os professores que buscam a
Orientação Educacional. Nós damos suporte à equipe diretiva, nós damos suporte
às famílias. Então, o nosso trabalho é muito mais amplo. A Orientação
Educacional é um processo social que inicia na escola e mobiliza todos os educadores,
promovendo e facilitando relações de cooperação entre a instituição educativa,
a família e a comunidade. Mediadora entre o aluno e o meio, o orientador
educacional discute problemas atuais e contribui para o desenvolvimento da sua
consciência crítica. Além de tudo isso, cabe ao orientador educacional integrar
todos os segmentos da comunidade escolar: direção, coordenação, professores,
alunos, funcionários, famílias, visando à construção de uma educação de
qualidade.
Por todo o exposto, o orientador educacional merece
mais respeito do Poder Público. A chave de uma Educação de qualidade passa
pelas mãos de uma equipe de profissionais igualmente qualificados. O lema da
AOERGS não nos deixa mentir: “Escola de qualidade tem orientador educacional”.
Muito obrigada. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Neste momento, entregaremos o Diploma em homenagem
à AOERGS e também ao Dia do Orientador Educacional. Queria convidar o Ver.
Bernardino Vendruscolo, Vice-Presidente desta Casa, representando a
presidência, para fazer a entrega junto a esta Vereadora.
(Procede-se à entrega do Diploma.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Nós gostaríamos de agradecer a presença das
educadoras educacionais da Direção Colegiada da AOERGS. Colocamos esta Câmara à
disposição e agradecemos a todos os Vereadores e Vereadoras presentes e que se
manifestaram. Com certeza, eu falei em nosso nome, em nome de todos os vocês,
além dos que fizeram aparte. Obrigada, gurias. Estão
suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 15h23min.)
A
SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon – às 15h25min): Estão
reabertos os trabalhos.
O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. PEDRO
RUAS: Sra. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, público que nos assiste, os jornais, no dia de hoje, mostram, Ver.
Janta, Ver. Delegado Cleiton, que, novamente, a ATP volta a falar em reajuste
das tarifas do transporte coletivo. Volta a falar e, novamente, na mesma linha,
que nós já conhecemos há tantos e tantos anos, vinculando o interesse dos
trabalhadores rodoviários a uma eventual possibilidade de reajuste tarifário.
Ou seja, novamente, como em todos os anos anteriores, Ver. Engº Comassetto, a
ATP busca chantagear o Poder Público que, nos anos anteriores, costumava cair
nessa chantagem, através do pronunciamento do seu Presidente, Ênio Reis,
dizendo que aguarda proposta dos rodoviários para, então, saber que reajuste
deveriam ter as tarifas de ônibus. Pois quero afirmar a V. Exas., os Vereadores
de Porto Alegre, que já houve uma decisão no dia 4 de abril deste ano, em uma
ação judicial movida pelo PSOL, em que, entre outros itens, a ausência de
licitação foi o fator preponderante, prioritário para redução das tarifas dos
ônibus, de R$ 3,05 para R$ 2,85. Esse discurso do Sr. Ênio Reis é um discurso
de chantagem. Ele promove uma chantagem em relação ao Poder Público. Repito:
como sempre fez! Ele e seus antecessores! Para aumentar o valor da tarifa de
ônibus em Porto Alegre – e aumentar os seus lucros, dos empresários do
transporte coletivo –, ele vem com o argumento de que precisa responder ao
dissídio coletivo dos rodoviários com base em uma projeção das tarifas de
ônibus. Isso é falso, absolutamente falso!
Durante décadas, os empresários do transporte
coletivo em Porto Alegre lucraram muito além do devido, muito além do que
deveriam. As irregularidades foram constatadas de diversas formas, inclusive
pelo Tribunal de Contas.
Então, para nós, do PSOL, resta bem clara a
intenção chantagista da ATP, através do seu Presidente, Ênio Reis: colocar, de
novo, trabalhadores contra a população, população contra trabalhadores, para,
no final, Ver.ª Fernanda Melchionna, os empresários do transporte coletivo
manterem ou até aumentarem os seus lucros extorsivos, abusivos e ilegais.
Nós manter este tipo de denúncia, sim, porque é
através deste tipo de comportamento chantagista que durante décadas os
empresários de ônibus tiveram lucros exorbitantes em Porto Alegre, mas, agora,
desde abril de 2013, aqui no Rio Grande do Sul, particularmente em Porto
Alegre, e, desde junho do mesmo ano, em todo o Brasil, o povo está
conscientizado e não vai permitir que aconteça o tipo de chantagem e lucro
decorrente a que os empresários de ônibus estavam acostumados a fazer em Porto
Alegre e em todo o Brasil.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, venho a esta tribuna falar em
Liderança para, em primeiro lugar, agradecer a esta Casa e aos Vereadores que
acabaram entendendo a importância de nós aprovarmos aqui, Sras. Vereadoras e
Srs. Vereadores, esta possibilidade da indicação, que eu chamo de uma indicação
qualificada para os Poderes, tanto Executivo Municipal quanto para o Estadual e
Federal. É a indicação que os Vereadores podem fazer, trazendo o debate para o
plenário, aprovando ou não e encaminhando para as entidades destinatárias.
Hoje, nós vamos enfrentar a indicação onde propomos que a Marina Pública, que
virá com a revitalização do Cais do Porto, leve o nome de Marina Almirante
Negro. Eu preciso, antes, registrar que nos primeiros dias, quando aqui
cheguei, em 2005, protocolei o Projeto nº 012/05 que pretendia instituir a
marina pública. Logo a seguir, desmembramos o projeto, que passou a ter algumas
dificuldades em razão das questões apontadas como vício de origem; depois, em
2011, novamente tentamos, instituindo de uma forma não tão impositiva, mas já
com certa dificuldade, porque entendemos que esta Casa, nos últimos anos,
evoluiu no sentido de entender que não é possível nós aprovarmos projetos que
autorizam, mas que devemos, sim, só autorizar as solicitações vindas do Executivo;
logo, os projetos autorizativos ficaram prejudicados. Daí, nós, então, desde o
início, quando começaram os debates em cima desse assunto, defendíamos a
indicação não como lei, mas uma indicação oficial, para que o plenário possa
debater e para que o autor possa acolher a opinião de todos os Parlamentares. E
é isso que nós estamos fazendo hoje. Esta é a primeira indicação, que aponta ao
Executivo que dê à Marina Pública o nome de Almirante Negro. Almirante Negro
foi um homem que nasceu em Encruzilhada do Sul, João Cândido, que comandou a
Revolta da Chibata lá no Rio de Janeiro. Esse jovem, na época com 14 anos, foi
servir na Marinha Brasileira, e ainda que passados 20 anos da proibição desse
castigo, lá em 1910, ele se rebelou e comandou a Revolta da Chibata. Quero cumprimentar o Ver. Tarciso, cumprimentar todos os Vereadores
desta Casa e fazer um apelo para que possamos aprovar essa indicação e
aguardarmos, evidentemente teremos que aguardar, a aceitação do Executivo
Municipal, dando o nome de Almirante Negro à marina pública aqui da Cidade de Porto Alegre, especialmente agora com a
revitalização do Cais do Porto. Esse brasileiro, pouco conhecido, que acabou
falecendo no Rio de Janeiro aos 89 anos, nascido aqui em Encruzilhada do Sul,
na data de 24 de junho de 1880. Então, Delegado Cleiton, é a valorização de um
brasileiro, de um gaúcho, acima de tudo, e por que não de um negro, um líder.
Imaginem os senhores, um negro liderar um movimento com essa envergadura
naquela época! Então, esse cidadão merece, sim, o nosso reconhecimento.
Parabéns!
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Solicito ao Ver. Bernardino que reassuma a
presidência, pois vou me deslocar para um congresso.
(O Ver. Bernardino Vendruscolo
reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, primeiramente
queria falar ao Ver. Bernardino Vendruscolo que o nosso Partido, o
Solidariedade, apoia a indicação do nome da marina João Cândido, o grande
Almirante Negro. O Professor Garcia ainda lembrava, cantado em verso e prosa e
músicas, que já merecia uma homenagem. A praça onde funciona a Superintendência
Regional do Trabalho era para se chamar Praça João Cândido, foi construído ali aquele prédio, cujo tombamento ainda se encontra em discussão
judicial, para devolver a praça ao povo de Porto Alegre, e, principalmente,
fazer essa justa homenagem ao Almirante Negro.
Outra questão é a que
o Ver. Pedro Ruas alertou aqui a respeito das ameaças que a ATP faz hoje nos
jornais. A ATP que, no início do ano, ameaçou a população de Porto Alegre
dizendo que, se fosse mantido o preço da passagem que vigora hoje, a população
de Porto Alegre ia ficar sem ônibus. Volto a afirmar o que já falei várias
vezes desta tribuna: ninguém fica com um negócio que não dá lucro, ninguém fica
com uma laranja podre no seu cesto! A ATP ameaça a população de Porto Alegre,
ameaça a Prefeitura de Porto Alegre, ameaça a Câmara de Vereadores, mas nunca
quis entregar as linhas de ônibus, nunca se levantou dizendo que não dá mais,
que vai entregar e que tem que fazer uma nova licitação. Pelo contrário; a ATP
impede, pois, desde a intervenção do transporte em Porto Alegre, ela se adonou
de todas as linhas de ônibus em Porto Alegre, linhas que não existiam na
intervenção, como é o exemplo da Laranjeiras, de vários bairros no Morro
Santana, de bairros no Passo das Pedras, de bairros na Zona Sul, a ATP
simplesmente incorporou à sua rota de ônibus. Não foi feita uma nova licitação
para bairros novos depois da intervenção! E assim tem acontecido em Porto
Alegre, Ver. Pedro Ruas, nesses 20 anos. A intervenção do transporte coletivo
em Porto Alegre foi na linha do Morro Santana, foi na linha São José, foi na
linha Passo das Pedras, foi na linha São Borja, Sarandi, Parque dos Maias. Não
existia, naquela época, por exemplo, o Rubem Berta, não existia o Costa e
Silva, não existia a Hípica. Vários bairros em Porto Alegre não existiam
naquela época. A população da Zona Sul não era a mesma de hoje. E em nenhum
momento, mesmo com esse negócio que a ATP diz que é ruim, ela entregou a esses
novos bairros novas linhas de ônibus, e tem feito uma linha puxa-puxa em Porto
Alegre. E não é à toa que, na semana passada, esteve aqui nesta Casa – agora a
gente começa a entender as coisas – o Presidente do Conselho Municipal de
Transporte Urbano, dizendo que: “Não, que não fazem o cálculo da tarifa na
calada da noite”. Só que eles receberam o cálculo da tarifa quarta-feira à noite, na quinta-feira pela manhã, eles já
aprovaram o cálculo da tarifa, não esperaram a próxima reunião, que era na
terça-feira, porque alguém mandou aprovar rapidamente a tarifa de transporte
coletivo em Porto Alegre. Aí, na semana passada, vem o Presidente do Conselho
Municipal de Transporte Urbano dizer que são idôneos, que não são eles que
calculam a tarifa; e hoje, a ATP dizendo que tem que aumentar a passagem. Com
certeza, a população de Porto Alegre e esta Casa não vão permitir essa
chantagem que querem fazer com os trabalhadores rodoviários, essa chantagem que
querem fazer com a população de Porto Alegre. Salário nada mais é do que repor
a inflação, nada mais é do que repor o poder de compra das pessoas. E essas
empresas de ônibus giram com um volume de dinheiro incalculável, porque recebem
bem antes o vale-transporte, recebe bem antes as isenções de passagem e ficam
girando com esse dinheiro no sistema financeiro. Então, o aumento dos rodoviários
já está embutido na passagem de ônibus, já está embutido nos juros que as
empresas fazem no transporte coletivo, com as isenções que têm. E esta Casa
aprovou uma isenção para se garantir uma passagem de ônibus justa, uma passagem
de ônibus social, uma passagem de ônibus que as pessoas possam ir e voltar ao
seu local de trabalho. E não vamos aceitar, em hipótese nenhuma, que a
população de Porto Alegre, os trabalhadores, a Prefeitura e esta Câmara de
Vereadores sejam chantageados com os salários das pessoas. Com força e fé, nós
vamos seguir lutando por um transporte digno e decente para todos, para que os
trabalhadores alcancem seus objetivos. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
(O Ver. Nereu D'Avila
assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Nereu D'Avila): O Ver. Valter
Nagelstein está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, senhoras e senhores, eu trago a
esta tribuna um tema extremamente grave e que está me preocupando, Ver.
Guilherme Socias Villela, V. Exa. que está no rol, certamente, dos melhores
prefeitos que esta Cidade já teve. Eu falo de um dos temas mais caros, Ver.
João Carlos Nedel, Presidente da Frente Parlamentar do Turismo, que é a revitalização
do Cais Mauá. Todos nós lutamos muito, aqui nesta Casa, pela revitalização do
Cais Mauá. Certa feita, fomos eu, o Ver. Ferronato e o Ver. Adeli Sell em uma
missão à cidade de Rosário, na Argentina, para ver a revitalização do porto de
Rosário. Lutamos por dez meses, nesta Câmara de Vereadores, para fazer incluir,
na Ordem do Dia, o Regime Urbanístico de Revitalização do Cais Mauá. Com muita
dificuldade, no final do ano de 2009, conseguimos, no apagar das luzes, aprovar
o Regime Urbanístico, e nos venderam um projeto arquitetônico. Nós compramos
aquele projeto arquitetônico porque a Cidade merecia, e a Cidade merece porque
não há ativo urbano em Porto Alegre mais bonito e mais importante do que o Caís
Mauá degradado, depreciado e que precisa encontrar uma nova destinação.
A Governadora Yeda
Crusius, no final de seu governo, faz, portanto, uma licitação, depois de a
Câmara de Vereadores de Porto Alegre ter aprovado o Regime Urbanístico. Se a
Câmara não tivesse aprovado, não tinha licitação! Não tinha Regime Urbanístico
para construir nada lá. A Governadora faz uma licitação. O então candidato,
Tarso Genro, não queria que a Governadora Yeda fizesse isso. Gestionou junto ao
Governo Federal que a Antaq criasse um embargo, um empecilho. Depois, ele ganha
a eleição e quis desfazer aquele empecilho e quase que não consegue desfazer a
mágica que fez. Na verdade, ele conseguiu agora, passados três anos do seu
Governo. Mas isso é uma questão. Ele atrasou Porto Alegre três anos. O fato é
que ganhou um grupo, e nós não sabemos quem é. Nós sabíamos que era um grupo
espanhol, por um lado, com uma associação de um grande grupo de construtores
brasileiros, grupo Berti, mas não sabíamos mais nada além disso, assim como não
sabemos até hoje.
Agora o que me
preocupa é que hoje, pela primeira vez, eu, Presidente da Frente Parlamentar
pela Revitalização do Cais, Vereador responsável, porque nós, agora, em
dezembro, cada Vereador, temos a faculdade de escolher um projeto de lei para
votar, e eu insisti no projeto de lei da revitalização do Cais, fui, pela
primeira vez, recebido pelo Diretor. Ele me recebeu muito bem. Não tenho
reclamações com relação a isso. Eu perguntei para ele: Sr. Diretor, e as
contrapartidas, e as medidas mitigatórias, e as compensações, e aquilo que nós
colocamos no Regime Urbanístico? Ele disse: “Ah, pois é, não sei, vai ficar
caro”. E a praça Brigadeiro Sampaio, que está na contrapartida? E as aberturas
do muro, Ver.ª Fernanda, para oxigenar o Centro e fazer essa circulação? E a
ligação subterrânea do Mercado Público, que aprovamos aqui? E a passarela
suspensa do Camelódromo para animar o bloco B do Camelódromo com o Cais do
Porto? E a parede de vidro que ia sair desde aqui do Gasômetro até a
Rodoviária? E todos os hangares sendo parede de vidro, porque o cais está de
frente sul, e nós sabemos que aqui no nosso inverno, se não tiver a parede de
vidro, não tem circulação. Como é que as pessoas vão andar ali? E o bondinho
que sai lá da rodoviária e vai até o Gasômetro? E cadê tudo isso? E como é que
esse projeto circulou dentro da Prefeitura? E quem é o padrinho que anda
carregando isso embaixo do braço, Ver. Ferronato, e aprovando na Cauge, aqui e
acolá? Eu quero saber! Esta Câmara tem que saber! Esse projeto, volto a dizer,
é a área mais nobre da Cidade! Não é lugar para brincadeira! Não é lugar para
brincadeira. Isso tem ser feito no Estado da arte. Ou vem um grande grupo e tem
condições de fazer e de bancar, que era o que estava previsto lá na licitação;
ou se cancela essa licitação por desvio de finalidade e se faça outra.
Perdem-se dois ou três anos, mas se pega um grande grupo, uma Odebrecht, uma
Camargo Corrêa, uma Multiplan um Iguatemi,
quem saiba fazer. Agora, ter um ativo desses, dessa qualidade, Sr. Presidente,
uma carta de crédito, que é a concessão, a permissão de uso por 25 anos, e
andar por aí batendo de porta em porta atrás de sócio para fazer um negócio
meia boca! Desculpem a linguagem chula, mas, como se diz “perna de anão”, que
não é o que estava previsto, que não é o que esta Câmara projetou, que não é o
que foi discutido pelos Vereadores, que não é o que a Cidade precisa para
ganhar um pouco mais de valor, para depois sair e vender para uma operadora de shopping, para uma operadora de hotéis,
fatiando o projeto, não era isso que estava no projeto original. Ou tinha a capacidade de fazer,
calcionava os R$ 500 milhões, investia e fazia, ou não faz, Ver. Janta! Ou não
faz! Aquilo não é área para esse tipo de negócio imobiliário! É para um grande
empreendedor com estrutura, com capacidade, com expertise, com conhecimento, porque já fez em outros lugares e que
vai fazer aqui, porque, volto a dizer, Srs. Vereadores, é o espaço mais nobre
de Porto Alegre, é o projeto mais aguardado da nossa Cidade, é algo estratégico
e definitivo, é um divisor de águas da história de Porto Alegre, especialmente do nosso Centro
Histórico.
Então eu quero dizer
que já os convidei para virem à CEFOR, espero que venham na semana vem, Ver.
Nedel e Ver. Villela, para nos apresentarem o projeto arquitetônico. E eu
pergunto: mas e essa parede de vidro toda? “Ah, mas isso é muito caro, nós não
vamos fazer. Custa mais de R$ 10 milhões para fazer toda a parede de vidro.”
Bom, mas é o que está no Regime Urbanístico, é o que nós aprovamos na
Câmara! Simplesmente, para fazer uma reforma de puxadinho, ali no Cais do
Porto, Ver. Ferronato, não nos serve! Não nos serve! O que eu quero, eu tenho
certeza de que esta Casa quer, e nós não vamos arredar um pé, nós não vamos
esmorecer: é que seja feita a obra que a Cidade merece, espera e almeja no
Estado da arte: a revitalização do Cais que nos orgulhe, um marco turístico
para o Rio Grande do Sul, para o Sul da América Latina, que orgulhe Porto
Alegre! É isto que nós queremos, é isto que a Cidade merece e é isto que nós,
Vereadores, temos que continuar cobrando e acompanhando. Muito obrigado, Sr.
Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nereu D’Avila): O Ver. Delegado Cleiton está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. DELEGADO
CLEITON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, funcionários desta Casa, senhores aqui
presentes, senhores que nos veem pela TVCâmara, eu gostaria aqui,
primeiramente, de fazer uma alusão ao projeto do nosso querido Ver. Bernardino
Vendruscolo, que denomina a marina da revitalização do Cais do Porto como o
Almirante Negro. Almirante este que liderou uma revolta em nome dos direitos
humanos. Almirante este, gaúcho, nascido em Encruzilhada do Sul. Ainda hoje,
existe um conflito entre Encruzilhada e Rio Pardo, mas através de uma pesquisa,
realizada pela escritora e professora Lucy, ficou, realmente, muito claro que
ele é um gaúcho de Encruzilhada do Sul.
Mas falando desse ícone, que é o nosso Almirante
Negro, eu gostaria de tratar de outros assuntos.
Hoje encaminhamos uma representação junto ao Departamento
de Polícia Metropolitana, para que não sejam em vão, não passem em branco as
manifestações racistas pichadas nos viadutos e muros próximos à Universidade
Federal. Pichações essas que, de forma racista, uma delas diz assim: Não às
cotas; sim às cotas para trabalhar no Restaurante Universitário da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul. Essa foi uma delas. Em pleno ano de 2013 ainda
existe racismo. E eu vejo nas redes sociais muitas pessoas que postam: não à
consciência negra; sim à consciência humana! E o dia 20, Dia da Consciência
Negra, é para que não ocorra esse tipo de fato.
E esse tipo de fato, possivelmente, vem de jovens
que poderiam estar nas fileiras para que isso não ocorresse mais. Jovens que
leem e têm conhecimento de que nós, negros, juntamente com índios e brancos,
fomos a mão forte de trabalho neste País.
E eu deixo, aqui, algumas outras interrogações. Nós
estamos preparando um vídeo, o nosso gabinete, com fotografias da solenidade
realizada aqui, nesta Câmara, no dia 20 de novembro, Dia de Zumbi dos Palmares. E por que nós
estamos preparando o vídeo? Estamos preparando um vídeo com fotografias daquela solenidade, que lotou as arquibancadas com
várias lideranças comunitárias e líderes da cidade de Porto Alegre. Graças à
comissão de funcionários desta Casa, que, muitas vezes, precisou tirar do
bolso, aconteceu essa bela solenidade. Trarei fotos para mostrar aos senhores,
já que não puderam ver pela TVCâmara. Foi-nos prometida a TVCâmara para esse
ato, sendo mais uma Sessão que passou e que não ficou marcada aqui nos arquivos
desta Câmara – para mim, quase se iguala a essas pichações. Então, senhores,
quando se fala em orgulho e em consciência negra, não é para dividir, mas para
que tenhamos igualdades, para que tenhamos visibilidade. Parabéns ao Ver.
Bernardino Vendruscolo!
Nós estamos trazendo, para esta Casa, também,
alguns projetos, como o que denomina a Estação Parobé. E sei, Ver. Comassetto,
que já existe um projeto antigo, nesta Casa, para o monumento ao grande líder
Oliveira Silveira, mas estamos denominando a Estação Parobé com o nome desse
grande poeta.
Sabemos da dificuldade em ter mais um feriado em
Porto Alegre, mas estamos trazendo – e coloquei em pauta para debate nesta Casa
– o feriado do dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, dia das lutas
negras. Obrigado, senhores.
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Dr. Thiago assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Engº Comassetto está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. ENGº COMASSETTO:
Sr. Presidente, colegas Vereadores, Vereadoras, senhoras e senhores,
quero aqui, em nome da minha Bancada, a Bancada do Partido dos Trabalhadores,
reafirmar o desempenho que o Rio Grande do Sul e que o Governo Federal vêm
desenvolvendo e investindo para o Rio Grande do Sul. Quando nos aproximamos das
eleições, as tribunas, normalmente, são utilizadas para trazer aqui o
contrabando, como nós chamamos, da política. E eu inicio falando aqui ao meu
colega Ver. Valter que fez uma crítica à condução do Projeto Cais do Porto, só
para lembrar que a sua fala aqui foi equivocada, porque a ex-Governadora Yeda
Crusius fez um processo de encaminhar o projeto, sem fazer as consultas
necessárias e o licenciamento necessário; não tinha encaminhado o projeto ao Governo
Federal que era detentor daquela área. É claro que bateu na trave, e o Governo
Tarso Genro conduziu todo o desembaraço junto com os Secretários que conduziram
essa obra até então. E o Ver. Cecchim apresenta o seu chapéu – mas o seu chapéu
é furado – para criticar o Governo Tarso sobre os investimentos. Eu quero
lembrar aqui, inclusive, Ver. Janta, ajudando aqui a fala que fez o meu líder
lá na Assembleia Legislativa, o nosso líder do PT, o Deputado Adão Villaverde
sobre os investimentos do Governo Dilma para o Rio Grande do Sul: “O Governo da
Presidenta Dilma Rousseff direciona um volume significativo de verbas federais
para os gaúchos que, somado valores privados e os destinados a polo
industriais, chegarão a R$ 73 bilhões até 2014, o
equivalente a cerca de três anos da receita corrente líquida do Rio Grande do
Sul.”
As aplicações diretas
do Governo Federal somam cerca de R$ 30 bilhões encaminhados às obras
executadas pelo PAC 2, e aqui nós podemos salientar o que os gaúchos todos vêm
buscando, como a duplicação das BR-116 entre Guaíba e Pelotas, ali na Região
onde mora o nosso Vice-Governador Beto Grill; a BR-392, entre Rio Grande e
Pelotas; a expansão do metrô de Porto Alegre, que, no último dia 12 de outubro,
a Presidente veio aqui e anunciou obras e recursos para a mobilidade urbana da
Região Metropolitana: R$ 5 bilhões destinados, com uma cerimônia que ocorreu lá
na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, sendo, desses aí, R$ 4,8
bilhões para o metrô da nossa Cidade, dos quais, R$ 3,5 bilhões dos cofres do
Governo Federal, R$ 1,8 bilhão o Governo Federal vai financiar, R$ 1 bilhão do
Governo do Estado, e mais em torno R$ 700 milhões do Governo Federal. Então,
estou falando isso para dizer aqui ao PMDB, principalmente, que vem acelerando
as críticas ao Governo Tarso, que eu venho aqui e faço um desafio aos
Vereadores do PMDB desta Casa, que possamos pegar o gráfico do desenvolvimento
e da aplicação dos recursos do Governo Britto e do Governo Rigotto, comparado a
esse período de desenvolvimento do Estado do Rio Grande do Sul. E por lembrar,
o Governo Britto deveria prestar conta, até hoje não apareceram os recursos da
privatização da CRT, do desmonte da Caixa Econômica Estadual, ou seja, da venda
do patrimônio público do Rio Grande do Sul, enfim, que era uma política no
modelo neoliberal, ou seja, o Estado tem que desaparecer e, para isso, vamos
vender o patrimônio que é da população. O movimento que o Governo do Brasil e
do Rio Grande do Sul vêm fazendo é diferente, é criar parcerias com a iniciativa
privada, com os investimentos e fazer que a geração de riqueza e de recursos
seja gerada e distribuída. E, por falar em distribuição de riquezas, eu quero
lembrar que só em Porto Alegre são mais de R$ 5,4 bilhões de investimentos do
Governo Federal; já são mais de 300 mil postos de trabalho com carteira
assinada nos últimos dois anos; foram 54 mil pessoas atendidas com remédio
gratuito só em Porto Alegre – assunto da sua área, Sr. Presidente. Então, quero
aqui trazer o desafio aos meus colegas Vereadores do PMDB no sentido de que nós
possamos apresentar aqui os gráficos do Governo Dilma, do Governo Lula, do
Governo Tarso, do Governo Fernando Henrique Cardoso, do Governo Britto e do
Governo Rigotto, vamos um debate para que o Rio Grande e a população que nos
ouve possam identificar qual é a postura de uma gestão e de outro perante a
população do Rio Grande. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. VALTER
NAGELSTEIN: Sr. Presidente, o Ver. Engº Comassetto havia me citado, dizendo que eu
cometi um equívoco. Eu só quero, para fins de esclarecimento, dizer que área do
Cais Mauá, desde 2008, foi desafetada, toda esta área que nós estamos vendo
aqui foi desafetada desde 2008, portanto ela não estava mais sob a fiscalização
da Agência Nacional dos Portos e Hidrovias; ao contrário da outra área, que é
da Rodoviária para lá, que é do Cais Navegantes, essa continua com afetação e
com destinação de área portuária para operação portuária. Muito obrigado.
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado, Vereador.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: Sr. Presidente, nós estamos, há três semanas, solicitando à Secretaria
da Saúde, ao Governo Municipal que nos esclareça sobre a situação do IMESF,
que, conforme a decisão judicial do dia 11 de janeiro, teria suspendido todas
as suas atividades. Fomos surpreendidos, hoje, com a notícia de que esse mesmo
IMESF, com autuação suspensa em 11 de janeiro pela Justiça, estará realizando
concurso público de 23 de novembro a 13 de dezembro – até parece piada! Essa
instituição fará concurso para médicos e agentes comunitários de saúde – para
47 agentes comunitários de saúde e um bom número de médicos, também. Eu não sei
se isso é uma afronta à Justiça, se isso é uma atitude de má-fé. Então, nós
protocolamos um Pedido de Informações à Secretaria
da Saúde para nos dizer quem está mentindo: o Poder Judiciário, que diz que dia
11 o IMESF deixa de existir, ou é uma atitude de má-fé?
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Eu quero
agradecer muito ao Instituto Visão Social e ao Pão dos Pobres pela campanha
Pedofilia é Crime. Denuncie. (Mostra camiseta.) O site
www.todoscontraapedofilia.ning.com tem o objetivo de que, na Copa de 2014,
Porto Alegre tenha zero de pedofilia.
O Ver. Airto
Ferronato está com a palavra em Comunicações.
O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente,
Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, eu estava pensando em
conversar sobre isso hoje à tarde, quando ouvia a manifestação do Ver. Valter
Nagelstein para dizer que aqui na Câmara temos uma Frente Parlamentar que vem
tratando, há muito tempo, da questão do turismo em Porto Alegre. Quando
discutimos o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental, um pouco
depois, o Ver. Valter Nagelstein foi eleito Presidente, porque propôs aquela
Frente Parlamentar sobre o Cais Mauá. Quando discutimos o Plano Diretor eu fui
o Relator Temático do Centro Histórico e do Cais Mauá. Nós temos notícias e
avanços. Nós sempre falamos sobre o Centro, mas temos que começar com o
aeroporto, o aeromóvel, a Arena do Grêmio, a BR-448, a nossa Rodovia do Parque,
que, à exceção do aeroporto ampliado, estão todos já completos ou avançados. A
Arena e a BR-448, a passagem pelo Gravataí, são belas obra. É interessante
falar sobre o estaleiro na questão do Cais Navegantes, onde teremos brevemente
a implantação de uma empresa que vai tratar da construção de parques das nossas
plataformas para Rio Grande foi aprovada e nós, aqui na Câmara, aceleramos a
aprovação, que está concluída. Além do Cais Mauá, do outro lado, nós temos o
Gasômetro, que estamos tratando e, em breve, teremos o Parque do Gasômetro. Nós
temos a obra aqui na orla do Guaíba e, por outro lado, temos também o Gigante
da Beira-Rio, que está praticamente concluído; obras importantes no contexto do
Centro Histórico da cidade de Porto Alegre. E nós temos, de outro lado também,
a previsão da segunda ponte do Guaíba e temos, também, o metrô para Porto
Alegre.
Então, nós temos uma formatação interessante que
parte do Cais Mauá em direção à Zona Norte e em direção à Zona Sul. Aqui, em
direção à Zona Sul, nós temos também essa bela área de parques, a partir do
Gasômetro até a região do Estádio Beira-Rio, nós temos outras continuações.
Então, Porto Alegre se conforma com um Centro interessante, formatado e
embelezado. Agora, nós temos a nossa obra do Cais Mauá, que é uma obra que se
discutiu por longo tempo em Porto Alegre. Para terem uma ideia, Ver. Janta, lá
em 1989, quando V. Exa. vinha com frequência aqui na Câmara, ainda na questão
sindicalista, eu participei, e muitos participaram, de reuniões, com desenhos,
maquetes de ideias para o Cais Mauá. Portanto, nós estamos vendo, Ver. Villela,
que a questão e a discussão vêm de muito tempo, inclusive de quando V. Exa.
ainda era Prefeito da cidade de Porto Alegre. Então, agora, nós estamos
iniciando as obras do Cais Mauá e é uma conquista para Cidade, sem nenhuma
dúvida; Porto Alegre se embeleza, inclusive, com o Cais. Agora, precisamos
concordar com o Ver. Valter Nagelstein: a Câmara Municipal aprovou, desde a
discussão do Plano Diretor até a discussão do projeto propriamente dito, algumas contrapartidas e algumas exigências. Não podemos abrir mão
dessas exigências, porque daqui a pouco, como V. Exa. fala, vamos construir
pedaços do Cais Mauá, e isso não é bom para a cidade de Porto Alegre. Era isso.
Um abraço e obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Eu quero
aproveitar para dar os parabéns para o grupo de estudantes de Medicina e de
Computação que acabou vencendo as eleições do DCE da UFRGS. Em especial, um
forte abraço ao Gabriel Afonso Marchesi
Lopes; sem dúvida nenhuma, esperamos que tenha uma excelente gestão lá.
A Ver.ª Any Ortiz
está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. A Ver.ª Fernanda
Melchionna está com a palavra em Comunicações.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Boa-tarde a
todos e a todas. Eu queria falar sobre o Dia de Enfrentamento à Violência
contra a Mulher. Hoje, 25 de novembro, é um dia que eu não diria que é de
comemoração; é um dia de luta e um dia de enfrentamento à violência contra a
mulher.
A psicóloga Diana
Corso escreveu domingo, em uma
coluna de opinião, sobre casos que ocorreram nas duas últimas semanas, de
mulheres violentamente assassinadas pelos maridos, ex-maridos, companheiros,
ex-companheiros, que tentaram, por alguma razão, denunciar esses casos. Muitas
ainda não, é verdade, mas muitas entraram com denúncias e não estavam
garantidas pelas medidas protetivas do Estado.
Neste Dia de
Enfrentamento à Violência contra a Mulher, é muito importante fazer a reflexão
em dois aspectos. O primeiro é a efetivação das políticas públicas que garantam
que a rede de assistência à mulher garanta a proteção, e não que a mulher
denuncie e, depois da denúncia, quando já deveria estar protegida pelas medidas
protetivas, seja vítima, seja assassinada, tenha a vida extirpada por uma visão
machista, violenta, odiosa, que é o que acontece. Fiquei chocada com esses
casos, porque ela cita que essas mulheres foram violentamente assassinadas, e
são absolutamente chocantes os relatos da Diana. E são apenas alguns relatos
que ela arrolou, pela imprensa, de casos de assassinatos.
Então, essa questão é
fundamental. Nós temos apenas uma Delegacia da Mulher em Porto Alegre; nós
temos a maior parte dos Municípios do Estado sem delegacias da mulher; uma rede
insuficiente de abrigagem, poucas medidas afirmativas que garantam às vítimas
da violência a entrada em programas alternativos e a efetivação dessas medidas
protetivas, que estão longe de serem realidade.
Enquanto 50% do
orçamento da União é dedicado ao pagamento dos juros da dívida pública aos
banqueiros e aos grandes empresários, menos de 1% é dedicado a políticas
protetivas das mulheres. No Município, enquanto R$ 20 milhões são dedicados à
publicidade, menos de 1% desse valor é dedicado às mulheres vítimas da
violência. E, segundo, um debate cultural, que eu acho muito importante, o
debate de combate permanente, cultural, mostrando que o machismo é crime e que
a violência contra a mulher tem que ser extirpada. São duas frentes do debate,
que eu acho importantíssimas.
Por outro lado, nesse
pronunciamento provocado pelo Presidente, eu, que vim do movimento estudantil,
democrático, independente, combativo da Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, queria dizer, Presidente, que esse Marchesi,
a que o senhor se referiu, foi suspenso da Universidade por envolvimento com
grupos neonazistas. E nós, na Universidade, combatemos sistematicamente esses
movimentos intolerantes que pregam a violência contra negros, mulheres, judeus;
esses movimentos que, de fato, precisam ter, não só a suspensão na
Universidade, mas a própria retirada, de dentro da Universidade, de pessoas que
fazem esse tipo de propaganda. Quero alertar isso ao Presidente, porque esse
fato ocorreu em 2008, dentro da Universidade, e o movimento estudantil pautou
esse debate muito seriamente. Isso sem entrar no debate das eleições do DCE da
UFRGS, tendo apenas uma certeza: dentro da nossa Universidade, dentro do
movimento estudantil da UFRGS, que tem tradição de luta, de mobilização, de
defesa das cotas, de uma universidade pública e popular, independente de gestão
de DCE, nós temos a certeza de que os estudantes e os DAs seguirão na luta em
defesa de uma universidade pública e popular.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Eu quero
dizer, Ver.ª Fernanda, que eu não sei se isso realmente ocorreu e, se essa
pessoa for transitada em julgado, for penalmente responsável, deve pagar por
isso. Agora, o que eu saúdo são as eleições livres e democráticas que ocorreram
do DCE da UFRGS. Eu venho da UFRGS também, fiz Medicina na Universidade Federal
do Rio Grande do Sul, por sete anos. Quatro gerações da minha família
precisaram trabalhar e penar muito para formarem um médico. Meu pai foi
brigadiano, eu não me canso de dizer. E eu saúdo as eleições democráticas, que
são, para nós, que acompanhamos a situação, uma resposta a muitas coisas que
ocorreram nesta Cidade neste último ano.
O SR. CLÀUDIO JANTA (Requerimento): Solicito
verificação de quórum.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Solicito
abertura do painel eletrônico para verificação de quórum, solicitada pelo Ver.
Clàudio Janta. (Pausa.) (Após o fechamento do painel eletrônico.) Doze
Vereadores presentes. Há quórum.
Apregoo o Memorando
nº 073/13, de autoria da Ver.ª Sofia Cavedon, que solicita representar esta
Casa, no dia de hoje, no GT Mulheres da Aba e no GT Mulheres da Ana.
Apregoo o PLL nº
358/13, de autoria da Mesa Diretora.
O Ver. Mario Fraga
está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Desiste.
Passamos ao
O Ver. Paulinho
Motorista está com a palavra em Grande Expediente. (Pausa.) Desiste. O Ver.
Elizandro Sabino está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo
do Ver. Paulo Brum.
O SR. ELIZANDRO SABINO: Sr. Presidente, Ver.
Dr. Thiago; nobres colegas Vereadores, apenas para fazermos deste um momento em
que tenhamos a oportunidade de passar para a nossa comunidade e também para os
nossos eleitores, para a sociedade porto-alegrense, informações acerca do
trabalho que vem sendo realizado na Cidade de Porto Alegre por parte da nossa
atuação aqui na Câmara Municipal, e também em nível de gabinete, nesse período
em que nós estamos atuando, neste primeiro ano, Ver. Idenir Cecchim, de
mandado. É o primeiro ano de um mandato, de uma legislatura de quatro anos em que, por
certo, nós estaremos desempenhando as atividades a que nos propomos ao longo da
trajetória da campanha eleitoral.
No período da campanha eleitoral, foram quatro os
temas em que particularmente eu me centrei e pude estar desenvolvendo com a
comunidade de um modo geral e ouvindo a comunidade, quatro temas extremamente
importantes, extremamente relevantes. Eu vinha e venho, na verdade, da
coordenação jurídica do DEMHAB. Eu estava na coordenação dos advogados, dos
estagiários da área da habitação do nosso Município. Portanto, impossível me
furtar de estar atuando e de estar legislando em matérias que dizem respeito à
questão habitacional, à questão que envolve o nosso Município
de Porto Alegre. Há poucos dias, aqui no plenário, mais precisamente na semana
passada, nós estávamos travando um debate a respeito da concessão de Direito
Real de Uso, a famosa CDRU, e fizemos aqui um contraponto ao vídeo que foi
apresentado pelo Ver. Alberto Kopittke que mostrava, no YouTube, um vídeo de
uma pessoa que estava sendo reintegrada na posse do seu imóvel. É claro,
naturalmente ninguém que é reintegrado na posse do seu imóvel por estar
ocupando esse imóvel de forma irregular o faz de forma satisfatória, sai de
forma voluntária, espontânea. De um modo geral, não é assim, a experiência nos
dá essa convicção, e nós estávamos aqui, portanto, travando um debate a
respeito do que é Permissão Remunerada de Uso, o que é concessão de Direito
Real de Uso, Autorização Gratuita de Uso, e, dessa forma, podemos aqui estar
enriquecendo o debate no que diz respeito à área habitacional do Município e
tantas outras questões que envolvem a área habitacional aqui no Município de
Porto Alegre.
Outro eixo especialmente a que nós
temos nos proposto a trabalhar é a questão da terceira idade, do idoso, porque
esse é um tema em que há uma carência, uma necessidade. Tramitam nesta Casa
três projetos de minha autoria que especialmente estão voltados para essa
questão. Um dos projetos é criação da Casa de Passagem. É um projeto que se
originou como um projeto de lei, que é a criação da casa de passagem para
idosos que são vítimas de violência doméstica, de violência familiar. Nós
sabemos que a subordinação financeira e a subordinação em decorrência até mesmo
da debilidade física e da debilidade psicológica, muitas vezes submete o idoso
a estar condicionado às ações – às vezes violentas – contra a integridade
física e psicológica desse idoso. Por essas razões, muitos idosos vitimados vão
ao hospital de Pronto Socorro, por exemplo, e depois não têm para onde ir. A rede
da assistência social não dá conta dessa demanda.
Hoje, em Porto Alegre, nós temos a Casa de Passagem
para a criança vítima de maus-tratos, vítima de abuso sexual, vítima de
violência; nós temos a Casa de Passagem para a mulher vítima, mas nós não temos
a Casa de Passagem para o idoso. Então, nós apresentamos o Projeto Indicativo
de Lei neste sentido. Este, portanto, é o segundo eixo pelo qual nós nos
propomos a agir aqui na Câmara Municipal de Porto Alegre.
O terceiro eixo é a questão da dependência química.
Quando se fala em dependência química, fala-se stricto sensu; lato sensu
é a saúde mental. Na verdade, deve haver um olhar voltado de forma muito
objetiva para a questão não apenas do combate ou da prevenção, mas tratar da
saúde mental como um todo. Há um Projeto de Lei de minha autoria que tramita
nesta Casa, que é um reconhecimento da atividade exercida pelo terapeuta nas
dependências das clínicas, esse trabalho tão importante que é realizado aqui na
cidade de Porto Alegre. Para isso, nós contamos com o professor Barros, que
atuou muitos anos na Clínica Pinel, e tem uma função muito especial nessa
questão da consultoria em dependência química. Então, esse é um Projeto de
reconhecimento da profissão de consultoria em dependência química.
O quarto e último eixo pelo qual nos propomos,
nesta Casa, a agir, trabalhar e legislar é a área em que talvez mais ocupamos a
tribuna para falar, que é no tema da criança e do adolescente. Este é o quarto
ponto a que nós nos propomos. E, já no início do mandato, começamos a atuar
como Presidente da Frente Parlamentar dos Direitos da Criança e o Adolescente.
Esta Casa protagonizou muitas ações, juntamente com o Ver. Paulinho Motorista,
que me concede a honra de tê-lo como Vice-Presidente desta Comissão. Temos
atuado, e esta Casa tem sido o palco, Ver. Paulinho, de muitas ações no que diz
respeito à discussão, ao tema da criança e do adolescente. Aqui nós sediamos o
6º Encontro Estadual dos Conselhos Tutelares da Criança e do Adolescente de
todo o Estado do Rio Grande do Sul, e nós estivemos presentes, juntamente com
os conselheiros tutelares, com toda a representação dos Conselhos Tutelares. O
Presidente não estava, mas mandou a sua representação da Casa para que
pudéssemos estar tratando, Ver. Paulinho, de temas tão importantes, que são a
proteção dos direitos das crianças e dos adolescentes.
Aqui nesta Casa, na Sala das Comissões, juntamente
com o Ver. Paulo Brum, travamos a discussão a respeito da acessibilidade das
crianças e dos adolescentes, Ver. Paulinho, para tratar, justamente, desta
questão, essa celeuma tão importante. E o Ver. Paulo Brum nos trouxe a
informação de um projeto seu, que tramita nesta Casa, que é o atendimento de
porta a porta. Efetivamente, é isso que nós vínhamos discutindo e buscando, que
é o atendimento específico para crianças e adolescentes que não tenham condição
de mobilidade, condição de ir até um educandário, até um local para fazer a sua
fisioterapia, o seu atendimento, enfim, de forma a restaurar a sua musculatura.
Muitas vezes, a mãe não pode carregá-lo no colo. Então, há a necessidade, que
se impõe, através de um projeto de lei do Legislativo, de autoria do Ver. Paulo
Brum, que é do nosso Partido, e já havia, portanto, apresentado. Anteriormente,
muitas ações do Ministério Público, Ver. Paulo Brum, nesse sentido, de obrigar
o Município a, efetivamente, conceder o chamado transporte social, para levar
crianças e adolescentes que são deficientes físicas e precisam, portanto, de um
atendimento nesse sentido. Nós temos atuado em muitas frentes, e na Frente
Parlamentar, Ver. Paulinho, nós também aqui – e V. Exa. fez parte do debate –,
na questão da exploração sexual, da violência, da exploração sexual contra
crianças e adolescentes. Nós tivemos um rico debate aqui na Casa. V. Exa. este
conosco tratando deste tema. Afinal, estamos chegando em 2014, ano em que Porto
Alegre, a capital do Rio Grande do Sul, há de sediar os jogos da Copa. Nós
temos dito que queremos que Porto Alegre seja, sim, a cidade do turismo, mas
não a cidade do turismo sexual. Por isso, temos, de uma forma muito
propositiva, realizado amplo debate nesse sentido. Tivemos aqui a parceria da
Cláudia, Coordenadora do EVESCA-Comitê de Enfrentamento à Violência e
Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, e, nessa reunião, com a participação
da Cláudia, nós pudemos ver o plano de ação do Município de Porto Alegre para o
enfrentamento a essa questão tão preocupante que envolve efetivamente a
exploração sexual de crianças e adolescentes.
Ainda realizamos o seminário: Pedofilia? Aqui, não!
Este seminário, Ver. Villela, foi rico pela forma como foi composto. Tivemos o
Promotor Alexandre, a Defensora Cláudia, a Angela Chaves, que escreveu o livro
Lágrimas de Silêncio. Ela foi vítima de pedofilia na infância. Agora, ela
escreve este livro quebrando o silêncio e trazendo relatos, sequelas, as
dificuldades de superação. Este seminário foi muito importante. O Joaquim,
representando o Instituto de Desenvolvimento Nacional, o Idest, se fez presente
também no seminário. Também com a presença da Suzana Braun, psicóloga,
inspetora do DECA, pudemos trazer à tona este tema tão importante. Afinal, de
temas como este, muitas vezes, as pessoas não gostam de falar, de lembrar, não
gostam de tocar no assunto, mas nós temos que estar sempre falando, porque a
fala realmente produz a profilaxia, a prevenção, e é somente através do debate
amplo que podemos estar efetivamente provocando as políticas públicas em torno
da criança e do adolescente. Estes, portanto, são os quatro eixos nos quais nos
propomos a atuar aqui na Câmara Municipal de Porto Alegre. Nós estamos hoje,
dia 25 de novembro, chegando ao final de novembro, adentrando dezembro, estamos
chegando ao final do ano de 2013. O primeiro ano do mandato está se encerrando;
então eu quero aqui, de uma forma muito especial, agradecer todos os colegas
que foram parceiros nossos nessa caminhada, os colegas da CCJ – Comissão de
Constituição e Justiça. Posso contemplar aqui o Ver. Nereu D’Avila, o Ver.
Reginaldo Pujol, os colegas de Bancada, o Ver. Paulo Brum, o Ver. Cassio
Trogildo, o Ver. Alceu Brasinha, enfim, todos os colegas. Agora estamos na CPI
da Procempa, juntamente com o Ver. Mauro Pinheiro, que é o nosso Presidente;
aqui está a Ver.ª Fernanda Melchionna, a Ver.ª Mônica Leal, o Ver. Airto
Ferronato, a Ver.ª Lourdes. A Ver.ª Lourdes é também comigo colega com o Ver.
Pujol na CPI da Telefonia, na qual eu sou o Vice-Presidente. Então são muitas
as frentes, Ver. Pujol em que nós estamos atuando, trabalhando aqui na cidade
de Porto Alegre. Aqui vai um relato desse primeiro ano de mandato, neste Grande
Expediente. Agradecemos todos pelo carinho, pela atenção e, mais uma vez, de
uma forma muito especial...
O Sr. Idenir
Cecchim: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ouvi atentamente o
seu discurso e não sei se eu sou muito curioso, mas me deu a impressão de um
discurso de futuro Secretário. Só queria declarar isso.
O SR.
ELIZANDRO SABINO: O Ver. Idenir Cecchim é um Vereador muito
visionário. Meu amigo, é bondade de V. Exa., Ver. Cecchim, de forma que eu
agradeço suas palavras. Um abraço a todos; que Deus os abençoe. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Será um discurso de despedida, Ver. Idenir? Talvez
um discurso de despedida momentânea, que certamente saudaríamos.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, apenas para correção das notas
taquigráficas e para informar Vossa Excelência: em 2005, esse cidadão a que o
senhor se referiu, o Sr. Gabriel Marchesi, deu uma entrevista ao jornal Zero
Hora, afirmando não ser nazista, apenas fascista. Esse fato gerou uma
sindicância pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e o pedido do
movimento foi a suspensão, a revogação de sua matrícula. Não tenho certeza dos
encaminhamentos, mas queria registrar e lhe entregar em mãos que esse cidadão
se declara fascista, o que é um crime com a humanidade, que foi o fascismo, e
que precisa ser derrotado em todas as esferas. Muito obrigado.
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Não há dúvida, Ver.ª Fernanda, mas o que nós
voltamos a saudar são as eleições livres do DCE da UFRGS!
A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para
uma Comunicação de Líder, pela oposição.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, Ver. Dr. Thiago; Vereadores,
Vereadoras, eu, como todos sabem, venho do movimento estudantil da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul. Queria tranquilizar o Presidente, os Vereadores e
Vereadoras que as eleições da DCE da UFRGS sempre foram livres, sempre foram
democráticas. O único ano, Presidente, em que se tentou dar golpe, que foi o
ano de 2009, justamente quando a direita comandou o DCE da UFRGS, com pessoas
diretamente vinculadas ao PP, ao PSDB e partidos de direita, o movimento
estudantil derrubou esse golpe, porque as eleições do movimento estudantil da
UFRGS sempre foram construídas pelos diretórios acadêmicos, sempre foram
construídas com a participação estudantil. Sempre foram aceitas as decisões da
ampla maioria dos estudantes. As eleições, Sr. Presidente, nunca tiveram o
edital atrás da porta como, historicamente, ocorria no DCE da PUC, comandado
por um grupo vinculado ao seu partido, o PDT, em que uma máfia estudantil
comandou durante 20 anos o DCE da PUC e colocava o edital atrás da porta para
que os estudantes não pudessem participar, para que não pudessem ter a
discussão democrática entre os estudantes e que não pudesse haver votação dos
estudantes. Todos os anos, na PUC, era a mesma situação, até que, em 2011, os
estudantes se rebelaram, lutaram e defenderam que tivessem eleições
democráticas. E na primeira vez na história, o ano passado, houve eleições
democráticas. O único lugar que não houve ainda é no CAMC – Centro Acadêmico
Maurício Cardoso, no Diretório Acadêmico do Direito, que o senhor disse que as
eleições eram transparentes, num ofício, e que a Justiça mandou cassar a
eleição, porque, mais uma vez, foi edital atrás da porta, porque, mais uma vez,
os estudantes não puderam se inscrever, porque, mais uma vez, não se pôde ter o
debate democrático entre os estudantes do Direito. Eu posso discordar ideologicamente
daqueles que dizem que não têm partido, mas que têm ligações diretas com
Partidos ou com ideologias de direita, daqueles que, muitas vezes, dizem que
não têm Partido, mas que têm vinculação com grupos e apoio com grupos com gente
identificada com o fascismo. E o senhor trouxe aqui o nome do Gabriel Marchesi,
e eu lhe respondi falando quem era ele dentro da Universidade. O senhor trouxe
o nome desse cidadão, e eu lhe respondi que houve uma investigação da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, porque ele disse, na imprensa, que
era fascista. Houve uma sindicância na Universidade.
Sobre uma coisa, o senhor pode ficar tranquilo: na
UFRGS, discordando ou concordando, quem ganha no voto assume o DCE, quem ganha
no voto tem o direito de estar à frente da entidade, pela votação dos
estudantes. O que não significa que o movimento estudantil, democrático,
combativo, independente, não seguirá nas lutas; o que não significa que a
vanguarda que se formou, social e militante na UFGRS, não seguirá organizada.
Eu, que me formei em 2006, participei de vários processos e de várias eleições;
vários grupos e discussões passaram pela Universidade Federal, mas mais
importante de quem estava à frente ou não do DCE foi a possibilidade de os
Diretórios Acadêmicos e de os estudantes fazerem o debate político, as
mobilizações. Mesmo que o DCE, por exemplo, em 2003, não tenha feito nada
contra o aumento do restaurante universitário, os estudantes ocuparam a
Reitoria e garantiram que o RU não abrisse, independente de DCE. Depois disso,
conheceu-se um outro momento da universidade: com congresso, com encontros, com
discussão, com eleições democráticas. O único ano em que não houve, em que
houve uma tentativa de golpe nas eleições democráticas, foi 2009, quando esses
grupos da direita tentaram no sentido de que não houvesse eleição, quando houve
uma ampla mobilização dos DAs, que garantiu eleição – e mais – e garantiu uma
comissão estudantil independente, que analisou as contas do DCE e que viu que
vários recursos da Universidade foram usados em coisas pessoais, em coisas
desnecessárias para os estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Mas eu queria lhe tranquilizar, porque a história
do movimento estudantil da UFRGS é uma história de luta e democracia. E, se o
senhor saúda as eleições livres, eu queria dizer que o senhor pode ficar
tranquilo, porque todas as eleições comandadas pelos DAs e pelos estudantes são
livres na Universidade. A única vez em que não foi quando a direita comandou em
2009.
(Não revisado pela oradora.)
(O Ver. Waldir Canal assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Waldir Canal): O Ver. Dr. Thiago está com a palavra em Tempo de
Presidente.
O SR. DR.
THIAGO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, como fui citado, não
poderia deixar de me manifestar. De forma serena e fraterna, quero dizer que se
já foi assim antes, que bom! Quero dizer que nenhum estudante que possa ter
qualquer tipo de situação vinculada ao nazismo, ao fascismo, vai encontrar
guarida no meu comportamento, pela minha biografia pessoal e pela minha
biografia política. Quero deixar bem claro que eu não participo ativamente de
movimento estudantil. Eu não disputo eleição de CAMC nem de DCE. É uma postura
minha.
Eu venho de outros movimentos, eu venho do
movimento da periferia da Cidade, eu venho do movimento dos médicos, eu venho
do movimento dos pacientes que precisam de atendimento, eu venho de um outro
lado. Mas eu queria, simplesmente, fazer algumas reflexões. Se alguém tinha
alguma dúvida sobre a legalidade das ações do Bloco de Lutas, comandando
invasões, depredações do patrimônio público-privado, espalhando o terror e o
vandalismo pelas ruas das cidades de todo o País, depois deste resultado,
começo a ter a certeza do mal que essas atitudes retumbaram na sociedade.
É só essa a observação, a reflexão que eu quis
fazer aqui, que acho justo que se faça neste momento. Não nos coadunamos com
qualquer tipo de ação discriminatória ou fascista, mas não é só o nosso
pensamento que é a realidade, que é a verdade. Não somos donos da verdade. É
isso o que o movimento acadêmico... Está claro que a Cidade rejeita qualquer
tipo de pensamento nesse sentido. Quero deixar isso bem claro para que qualquer
ilação aqui ou ali, feita neste ou naquele sentido, possa deturpar o pensamento
das pessoas que estão em casa.
Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Dr. Thiago reassume a presidência dos
trabalhos.)
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Queria
registrar, Sr. Presidente, Ver. Dr. Thiago, e lhe perguntar – porque me parece
que o Tempo de Presidente pode ser usado para transmitir mensagens
institucionais do Presidente à Casa, e, pelo que me consta, essa é a sua
opinião pessoal, de Vereador, que o senhor tem toda a legitimidade para ter –
em que condição o senhor usa o Tempo de Presidente para fazer julgamento e
juízo de valor político em relação às ações tanto do movimento social quanto
dos grupos da vanguarda?
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Vossa
Excelência...
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Usei o tempo
do PSOL, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): V. Exa. me
cita...
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: O senhor
citou o nome de um cara claramente identificado com o fascismo, e eu lhe
esclareci...
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Ver.ª
Fernanda, V. Exa. me cita, ou seja, cita o Presidente da Casa, então, V. Exa.
me dá o direito de poder resguardar a presidência desta Casa. Observe as notas
taquigráficas. V. Exa. disse: “Ver. Thiago Duarte, Presidente da Casa (...)”
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago – às 16h52min): Havendo quórum, passamos à
ORDEM DO DIA
INDICAÇÃO - VOTAÇÃO
(encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
IND. Nº 058/13
– (Proc. nº 3048/13 – Ver. Bernardino Vendruscolo e Ver. Tarciso Flecha Negra) – ao Executivo Municipal, que indica que
a Marina a ser criada no projeto de revitalização do Cais do Porto leve o nome
de “Marina O Almirante Negro”.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Em votação a
Indicação nº 058/13. (Pausa.) O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra
para encaminhar a votação da Indicação nº 058/13.
O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Boa-tarde
Presidente, Vereadores, Vereadoras, todos que nos assistem. Nesse projeto do
Ver. Bernardino Vendruscolo e meu, que indica que a Marina a ser criada no
projeto de revitalização do Cais do Porto leve o nome de “Marina O Almirante
Negro”, eu venho bem tranquilo aqui. O que é Indicação? Indicando para o
Executivo, Líder Airto Ferronato. Chegou o momento de começarmos a votar
pessoas, negros que foram os grandes ícones do nosso País, grandes ídolos do
nosso País, eu acho que é o momento, já que essa raiz ela é tão grande, essa
raiz negra é tão grande, é uma raiz que dá sombra no mundo, a sombra dessa
raiz, Paulinho Motorista, então, chegou o momento de nós fazermos uma homenagem
aos nossos grandes ídolos, assim como Zumbi dos Palmares. Quem foi o Almirante
a quem a gente pede essa homenagem? Um militar brasileiro, João Cândido
Felisberto, o Almirante Negro, nascido em 24 de junho de 1880 em Encruzilhada,
Rio Grande do Sul, numa família de ex-escravos. Entrou para a Marinha do Brasil
aos 14 anos, onde presenciou penalidades e chibatadas sobre os companheiros. Em
1910, liderada por João Cândido, a tripulação da embarcação Minas Gerais se
revoltou contra seu comandante, que castigara um homem da tripulação com 25 chibatadas,
eram 100 chibatadas, 25 chibatadas. O marinheiro passou a reivindicar o fim dos
maus-tratos psicológicos e das punições corporais, liderando assim a Revolta da
Chibata.
Outras reivindicações
do movimento foram o aumento de salários – sendo que o nosso salário é pequeno
ainda, principalmente dos negros –, a redução da jornada de trabalho e a
anistia dos revoltosos. A principal conquista da rebelião foi compromisso do
governo, na época, de acabar com a chibata na Marinha. João Cândido foi expulso
da corporação ainda em 1910, sob a acusação de ter favorecido os rebeldes.
Faleceu no Rio de Janeiro aos 89 anos.
Há muitas outras
histórias de João Cândido Felisberto, o rei, o negro que terminou com as
chibatas. Eram 100 chibatadas, depois 25, e aí terminou a chibata, Fernanda, e
ele ainda é expulso da corporação da Marinha por salvar os negros das
chibatadas. Como é difícil, não é? Assim como ocorreu com Tiradentes, que lutou
pela Inconfidência e depois teve a sua cabeça na gaiola, em praça pública, na
cidade de Tiradentes.
É difícil o negro
lutar, conquistar, e, no final de sua conquista, acontece tudo isso que
aconteceu com os nossos grandes ícones, os nossos grandes ídolos.
Então, a gente vem
aqui, de forma bem carinhosa e bem tranquila, o Ver. Bernardino Vendruscolo e
eu, pedir esta homenagem na marina ao Almirante
João Cândido Felisberto. Eu acho que é um pouquinho que nós, não só negros,
brasileiros, que amamos esta terra e que amamos os nossos semelhantes, podemos
fazer. Ver. Valter, eu gostaria muito de ouvi-lo, mas estamos encaminhando.
Então, Presidente, essa homenagem do Bernardino e do Tarciso, que indica ao
Executivo, é uma homenagem justa, assim como outros negros que ajudaram a
construir este País. Este País maravilhoso que tem muitos brancos, negros,
índios, todos nós temos uma parte, Valter, neste País. Então, por isso, a
homenagem tem que ser para todos nós, que ajudamos a fazer este País. Obrigado,
Presidente.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Valter
Nagelstein está com a palavra para encaminhar a votação da Indicação nº 058/13.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr.
Presidente, eu fico muito feliz que esse é o primeiro projeto indicativo que a
Casa está fazendo, porque ele tem uma simbologia muito especial. Eu ia perguntar
ao Ver. Tarciso, se na ementa do projeto consta o nome João Cândido. Ou só
Almirante Negro?
O Sr. Tarciso Flecha Negra: V. Exa.
permite um aparte?
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Não posso dar
um aparte, porque estamos no encaminhamento, mas está o nome. Eu ia sugerir,
porque no espelho da Ordem do Dia só consta Almirante Negro. Acho que é
importante, mas acho que é importante ter o nome de batismo, até para honrar o
nome próprio de quem é um herói de um capítulo importante da história
brasileira, da história da nossa pátria. Então, eu quero, Sr. Presidente, só
manifestar o apoio a essa ideia, dizer da minha alegria de que o primeiro
projeto indicativo que a Casa está fazendo seja esse, em prosseguimento à
Semana da Consciência Negra, e com a consciência – com o perdão da redundância
– de que ainda há muito o que fazer no resgate da equidade que precisamos
estabelecer entre as diversas etnias que contribuíram e contribuem para a
formação do nosso País. O Brasil é um país negro. O Sul é um pouquinho menos, mas
não há quem de nós não tenha, na sua ancestralidade, na sua história, um pouco
de sangue negro. É preciso reconhecer, respeitar, valorizar, apoiar e acho que
se faz isso também resgatando os vultos da História.
Então quero
cumprimentar, Ver. Tarciso, e acho que será em um espaço muito importante que
consagra o Barão Mauá, que foi um grande empreendedor do Império, o nosso Cais
Mauá faz essa homenagem; e acho que é importante, ao mesmo tempo, começarmos a
homenagear outros vultos históricos, como foi o caso do nosso João Cândido, da
Revolta da Chibata, que humanizou a nossa Marinha e aperfeiçoou as nossas
Forças Armadas Brasileiras, retirando algo que é absolutamente degradante e que
é inaceitável. O Brasil tem, infelizmente, a triste marca de ter sido a nação
do mundo onde por mais tempo vigorou a escravidão; antes dos negros foram
escravos também os índios. Mas por 300 anos, os negros foram escravos nesta
terra e ajudaram a construir este País, muito mais do que com o suor,
infelizmente com o seu sangue. Acho que nós temos que fazer, para além da
discussão de políticas de cotas, que é uma questão ainda muito polêmica, mas
nós, sociedade brasileira, temos que fazer um esforço. Ao mesmo tempo em que
nos dirigimos às famílias negras para dizer que muito depende da ação do Estado
e da política, mas muito também depende da vontade da própria pessoa, depende
da família, depende da dedicação e do estudo. Por exemplo, tem um irmão do meu
pai, que é o Governador Alceu Collares, que era filho de um carroceiro e de uma
mãe analfabeta, e se ele se conformasse com o destino que a história para ele
reservou, certamente, ele não teria sido Governador do Estado. Mas o Collares,
com toda a dificuldade, foi colega de infância do meu pai lá em Bagé, e quando
o padre do Colégio Auxiliadora abriu a porta – o meu pai dizia que o Collares
já era aquele negrão grande, e eles eram todos uns gurizinhos pequenos –, ele
foi extemporâneo para dentro da aula e, desde então, formou uma amizade muito
sólida, muito firme com o meu velho, e a gente acompanha a luta dele. Ele saiu
do nada para vir para cá, para estudar de noite, fez concurso para os Correios
e passou. Nos Correios e Telégrafos, eu não sei se ele era telegrafista ou era
carteiro, depois estudou para a UFRGS, passou no vestibular, é advogado formado
pela UFRGS, mercê do seu próprio esforço. Então, se é possível e é desejável
que se estabeleçam políticas que facilitem a inserção do negro e a sua ascensão
social, e tenho certeza de que todos nós queremos isso, também, por outro lado,
é dever nosso dirigir uma palavra aos negros, às famílias negras, e dizer o
seguinte: também não esperem só por isso; façam a sua parte, construam, porque
a nossa história, felizmente, tem exemplo de pessoas que venceram amarras,
venceram dificuldades e conseguiram prosperar na sociedade brasileira. Mas tudo
o que nós pudermos fazer para criar espaços e para homenagear vultos
históricos, eu acho que devemos fazer. Parabéns e muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: O Valter
Nagelstein falava do João Cândido. Tem informações, ali, Valter Nagelstein, de
que só está escrito Almirante Negro. Realmente, tu tens razão. É uma emenda
minha e do Bernardino Vendruscolo à nossa indicação. Está Almirante Negro.
Segundo a minha assessoria não está João Cândido Felisberto.
O SR. ENGº COMASSETTO: Sr. Presidente, com
a fala do Ver. Valter Nagelstein e do nosso proponente, Ver. Tarciso Fecha
Negra, eu proponho aqui um acordo de Lideranças, se o proponente aceitar, para
que a gente possa botar o nome “Almirante João Cândido, o Almirante Negro”,
porque fica mais completo o nome em si, se o autor concordar. Falo aqui já em
nome dos colegas da oposição, para que nós possamos fazer com que o projeto
fique mais potente. Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação da Indicação nº
058/13.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente,
Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, como já acertou o Ver. Valter Nagelstein,
essa indicação entra em um ritmo novo e é a conclusão de uma luta do Bernardino
Vendruscolo, que, há muito tempo, busca valorizar as indicações, e através delas,
faz uma abertura no processo legislativo, pela qual sugestões valiosas como
essa possam ser apresentadas, sem a necessidade de se incorrer a algum tipo de
projeto de lei do Legislativo, que tenha se insistido em colocar na Casa, que
acabam sendo objeto de análise desfavorável da parte da Comissão de
Constituição de Justiça. Aliás, eu solicitei à assessoria eficiente da CCJ, que
nós produzíssemos uma análise a respeito do número de projetos ao qual a CCJ
tem dado existência de óbice à sua tramitação. E verificamos que, em 295
projetos examinados até 20 de novembro do corrente ano, em 39 havia sido
declarada a existência de óbice para tramitação. Evidentemente, nem todos esses
tiveram a declaração por unanimidade, o que permite que muitos deles estivessem
tramitando aqui na Casa e estejam tramitando, e que já tenham até sido objeto
de exame e aprovação desta Casa, ou de rejeição. Eu lembro bem,
Vereador-Presidente, que, quando do exame desses 39 projetos de lei, Ver.
Kopittke, V. Exa. deve ter observado também, que, em todos eles, o Ver.
Bernardino Vendruscolo voltava à tônica com essa colocação. Agora, com a minha
satisfação, nós estamos com um novo tipo de ferramenta à nossa disposição: o
famoso processo azul. Ou seja, a indicação, que já foi vigorosa em tempos
passados nesta Casa, quando ela merecia, inclusive, exame prévio das Comissões,
para só depois ser submetida ao plenário da Casa, e aí encaminhada à autoridade
competente. Agora, a primeira indicação objeto do nosso exame é exatamente uma
indicação que tem do Ver. Vendruscolo como um dos proponentes, juntamente como
o Ver. Tarciso Flecha Negra, e que o Ver. Comassetto, em aparte, sugere que
todos os Vereadores que quiserem e que estejam presentes na Casa neste momento
possam também assinar solidários à proposição, até em uma homenagem não só ao
Almirante Negro, que aqui é homenageado, como também ao esforço do Ver.
Bernardino Vendruscolo de transformar a indicação neste processo mais amplo,
nesta ferramenta mais eficiente em que acaba de ser transformada.
Então, Ver. Tarciso, V. Exa. não tem dúvida nenhuma
de que, se entender assim proceder, eu, que estou encaminhando favoravelmente à
proposição, quero ter a honra de ser um dos subscritores, por esta dupla razão:
pela qualidade da indicação em si e pela recuperação da robusteza da indicação,
que passa a ter novamente, aqui na Casa, uma expressão que já teve em tempos
passados. Minha mais ampla solidariedade e a certeza de que terão os colegas
que conviver muito brevemente com várias indicações da nossa lavra, porque,
antigamente, costumávamos trabalhar com assiduidade com este instrumento, dado
que várias das nossas sugestões não seriam adequadas como projetos de lei
legislativos, nem como projetos de lei complementares e, sim, como indicação;
indicação, como instrumento sério, qualificado, bem elaborado e bem endereçado.
Era isso, Sr. Presidente, eu, que quero manifestar
fortemente a minha absoluta solidariedade com o projeto de lei e o meu
antecipado voto favorável a esta proposição.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra para
encaminhar a votação da Indicação nº 058/13.
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, muito boa-tarde.
Ver. Tarciso, pedi licença para falar ainda neste momento de discussão do
projeto, porque me inspirei muito em razão da sua fala e, tomado dessa emoção,
pedi este momento para refletir, porque o seu projeto tem uma simbologia muito
grande, uma simbologia que merece ser muito bem refletida aqui nesta Casa para
que esta reflexão se espalhe por toda a Cidade e além de suas fronteiras.
Obviamente, não creio que alguém possa se opor a
essa maravilhosa proposta de transformar o nome da marina, e eu explicitava um
antagonismo simbólico escondido nas imagens nas fotografias das revistas, das
novelas. Porque, normalmente, as marinas – lugares de grandes navios, barcos,
veleiros – são lugares da elite brasileira, e, invariavelmente, essa elite é
branca, loira, de olho azul, lá com os seus barcos. E eu gostei muito dessa tua
mistura de Marina João Cândido – Almirante Negro. Porque é um lugar que vai ser
chique, um lugar que vai – e eu sou favorável aos investimentos que aquele
local vai receber – ser muito bem frequentado – que bom! – e todos que ali
colocarem os pés vão ter que se lembrar do João Cândido, mas, mais do que
lembrar do João Cândido, vão ter que lembrar que há apenas 110 anos – isso quer
dizer que não é um passado tão longínquo, da pré-história –, os nossos
ancestrais de segunda, terceira geração no máximo, estavam lá ainda legitimando
que a sociedade brasileira tivesse o instrumento da chibata; silenciosamente,
aceitando, legitimando.
Esta reflexão tem que servir não só para elogiar,
porque todos, aqui, vão falar elogiando, saudando. E os joão cândidos de hoje?
Quantos aqui, Ver.ª Fernanda Melchionna, será que estariam dispostos a apoiar
os joão cândidos de hoje? Aqueles que se revoltam contra a ordem, contra a dita
ordem, que levantam a voz, que se erguem, muitas vezes, contra as autoridades e
são chamados aqui nesta Casa, por muitos, de baderneiros? Os baderneiros
existem. Mas quantos, entre esses que são chamados, a qualquer um dos que se
mobilizam para lutar por direitos nos dias de hoje são fragorosamente
combatidos por algumas pessoas e alguns discursos, inclusive de combate ao
crime. Vozes mais duronas, mais firmes, que, na verdade, legitimam o fato de o
Brasil ser hoje o país no mundo em que mais negros são assassinados todos os
anos. E isso não está no passado. Isso é o presente da madrugada de ontem, de
anteontem, quando, pelo menos, 12 jovens negros foram mortos aqui, quando pelo
menos 220 jovens negros foram mortos no Brasil. Essa é a realidade da madrugada
de ontem, não de cem anos atrás, e é isso que tem que nos indignar, porque é
fácil elogiar os heróis do passado. Com o Martin Luther King, também é assim
também nos Estados Unidos; hoje todos o elogiam, mas ele foi morto por membros
da kukluskam, foi combatido, casas queimadas até hoje. Então, acho que é
importante a gente explicitar, quando se fala nesses heróis, que eles não são
uma unanimidade; são unanimidades hipócritas, porque, na verdade, existe ainda
hoje o preconceito racial e o preconceito de classe de forma dura, que acaba
fazendo com que milhares de jovens paguem com a própria vida.
Encerro, lembrando, Presidente, de uma história que
ouvi, semana passada, de três jovens de uma escola. Quando fui conversar sobre
violência, eles me disseram que foram pegos, foram levados ao campinho por
certas autoridades e, durante meia hora, foram torturados – aqui, há menos de
um quilômetro. Essa é a realidade hoje. Acho que alguns não se indignam tanto.
Apesar de saudarem o João Cândido, não se emocionam e não se indignam contra os
“joãos cândidos” e os “marinheiros negros” que vivem nas nossas ruas hoje em
dia.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para
encaminhar a votação da Indicação nº 058/13.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Ver. Tarciso Flecha Negra, Ver. Bernardino, queria
cumprimentá-los pela apresentação dessa Indicação, esperando que ela seja
acolhida e possamos ver na marina o nome de João Cândido, o Almirante Negro.
Eu também, Ver. Alberto Kopittke, vim debater os
heróis do passado e os fatos do presente, porque o João Cândido comandou uma
revolta de três navios que colocou em xeque, e com muita razão, a ordem no Rio
de Janeiro, diante das humilhações sistemáticas que sofriam os marinheiros, que
eram 90% negros, mulatos que comiam miseravelmente, ganhavam baixíssimos
salários, a escravidão moderna, e ainda recebiam chibatadas. E esses
marinheiros tentaram de todas as maneiras conversar com o Poder Central, que
sistematicamente “enrolava” a luta dos marinheiros pelo fim da chibata, que já
era decretada ilegal na legislação, mas que não era ilegal na prática. E a
Revolta da Chibata acabou porque o Governo Central se comprometeu em acabar com
as chibatadas e anistiar os marinheiros. Um dia depois do fim da Revolta, se
revogou a Lei da Anistia, e centenas de marinheiros foram banidos da Marinha.
João Cândido viveu a vida na miséria, em condições
precárias, expulso da Marinha e traído pelo Governo Central, que não cumpriu
sua promessa diante de uma mobilização, de uma revolta, de uma rebelião que
expressava a luta contra o racismo naquela época. E é muito fácil, hoje, vários
defenderem o João Cândido. Mas na hora de defender os “amarildos”, na hora de
discutir o assassinato do Douglas, em Jaçanã, São Paulo, na hora de discutir os
jovens negros, presos, encarcerados sem sequer um julgamento, na hora de
discutir tortura, na hora de discutir assassinatos, genocídio da juventude
negra, silenciam. E quando esses jovens fazem atos, mobilizações, às vezes mais
radicalizadas, de fato, pelo grau de opressão que sofrem, são os primeiros a
chamar de baderna, são os primeiros a criminalizar os movimentos sociais dos
jovens que se revoltam diante da indignação. Não nos esqueçamos do Amarildo!
Quando sumiu Amarildo, negro, trabalhador, pedreiro, o primeiro argumento dos
defensores da ordem foi de que ele era traficante; como se, ao ser traficante,
justificasse a pena de morte, que não existe no Brasil. Em segundo, esse
discurso logo caiu por terra, porque a família do Amarildo, a Anistia
Internacional, os movimentos sociais populares, a Comissão de Direitos Humanos
da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, com Marcelo Freixo à frente, trouxeram
o caso à tona. Mas e os outros 5 mil “amarildos” que existem só no Rio de
Janeiro? E o caso dos 220 jovens que o Ver. Kopittke trouxe à tribuna? E o
extermínio da juventude negra? E os movimentos que buscam ser ouvidos
sistematicamente pelos governos, pelos parlamentos, e não são, motivando
movimentos de massa, motivando ocupações, motivando mobilizações de rua? Quem
está disposto a não julgar violento o rio que tudo arrasta, mas a analisar a
violência do leito que o oprime,
como diria Bertold Brecht? Quem, no Senado da República, em 1910, teve a
coragem de defender o Almirante Negro? Eu me lembro apenas de Rui Barbosa, que
fez um pronunciamento em sua defesa.
Então, Ver. Tarciso, Ver. Bernardino, vocês podem
contar com o voto do PSOL nessa homenagem bonita e necessária, para um lutador
e um herói que morreu precariamente depois da traição do Governo Central. Mas
vocês podem contar com a nossa vida de luta, em defesa do João Cândido, do
presente, dos "amarildos", dos "douglas", dos jovens dos
movimentos populares, dos movimentos sociais do nosso País.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para
encaminhar a votação da Indicação nº 058/13, pelo Governo.
O SR. VALTER
NAGELSTEIN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, eu venho aqui para
fazer uma delimitação que eu acho que é, absolutamente, necessária. Há um mês,
Ver. Alberto Kopittke, nós votávamos um projeto de lei que concedeu, ao fim, o
título de Cidadão Porto-Alegrense ao Delegado José Mariano Beltrame, Secretário
de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro por sete anos. Para muita
honra nossa, minha particularmente, V. Exa. esteve aqui, o Ver. Delegado
Cleiton esteve aqui, e a opinião pública, de um modo geral, especialmente onde
mais o “sapato aperta” – que é no Rio de Janeiro –, reconhece o trabalho do
Delegado José Mariano Beltrame. Pois, infelizmente, o PSOL, naquele dia,
resolver dizer que ia votar contra. E aí é que, às vezes, a gente se perde no
radicalismo e acaba perdendo bandeiras e legitimidade para empunhar certas
bandeiras que são, absolutamente, necessárias na história brasileira. O PSOL
disse que ia votar contra, porque o Secretário José Mariano Beltrame, que
protagoniza um tipo de política que há muito tempo se reclama no nosso País,
que, ao invés de, simplesmente, levar o cassetete, levar a ação social do
Estado para dentro de comunidades abandonadas, marginalizadas, onde o mecenas
era traficante, onde se fez essa ação social que todos hoje reconhecem... Eles
dizem: “Não, nós não podemos dar essa homenagem, porque ele é responsável pelo
desaparecimento do pedreiro Amarildo.” E quase que nós cometemos uma tremenda
injustiça aqui na Câmara por força disso. Quase faltaram votos para aprovarmos
a homenagem. Teria sido um vexame histórico, mas protagonizado exatamente pela
intolerância e radicalismo. Uma semana depois, para consagrar a Justiça, que às
vezes tarda, aparece a notícia de que foram identificados, logo em seguida
indiciados e responsabilizados, os policiais civis e militares responsáveis
pela tortura e pelo desaparecimento daquele operário, trabalhador, e,
infelizmente, aconteceu isso, como acontece, como disse a Ver.ª Fernanda,
infelizmente, aos milhares, todos os dias no nosso País. Mas a nossa capacidade
é de conseguir ter uma clareza tal de divisão que, no nosso afã, no nosso
desejo de fazer justiça, inclusive justiça social, nós não cometamos injustiças
porque não se corrige uma injustiça com outra injustiça. Dizer que os
movimentos negros ou os negros, quando saem às ruas para reclamar as dívidas
históricas que a sociedade brasileira tem com eles, eles são agredidos,
hostilizados, criminalizados? Não, Ver.ª Fernanda. Eu fui “cara pintada”, já
disse isso desta tribuna. Derrotamos uma ditadura, já disse desta tribuna, e
não quebramos um monumento público, uma vidraça de um prédio histórico! Não
vandalizamos nada. É necessário, sim, a criminalização, e todos sabem e todos
reconhecem que uma determinada parcela, se aproveitando desta necessária indignação
cidadã, que precisa tomar conta deste País, desvirtuou, descambou, quebrou o
patrimônio histórico, quebrou a Prefeitura Municipal, quebrou o Museu Júlio de
Castilhos, pichou monumentos históricos como a Ponte da Azenha, que está
pichada até hoje, arrancou os guard rails
da ciclovia, que estão quebrados até hoje, para tentarem destruir a sede da
RBS, rebentaram toda a Cidade Baixa. Quem entra na Lima e Silva vê, até hoje,
dois, três e cinco é open bar, tudo
escrito, tudo pichado! Quem paga isso? O movimento social, protesto,
manifestação, são absolutamente necessários – é o processo dialético que faz
avançar a sociedade. Uma coisa é uma coisa. Crime, depredação, constrangimento,
dano, ameaça, isso não é criminalizar movimentos sociais? Isso é o que está
escrito na lei brasileira como crime! E o pior é que existiam e existem
partidos políticos por trás dessas condutas. É por isso que houve ação de busca
e apreensão em algumas casas, é por isso que a Câmara foi invadida e até hoje
sangra, porque não se soube distinguir, Sr. Presidente, aquilo que era legítimo
daquilo que é absolutamente inaceitável, porque atenta contra a democracia. A
democracia é nós lutarmos pelo resgate dos vultos históricos brasileiros. A
democracia é dentro dos marcos, Ver. Brasinha, Ver. Cassio, da Constituição
Federal, que fala na livre iniciativa e na justiça social nós construirmos um
futuro mais justo para o nosso País. Não uma perspectiva de ditaduras, sejam
elas quais forem, porque assim a história registra e, infelizmente, sepulta,
Sr. Presidente, todas as tentativas que pretenderam messianicamente construir
um mundo em cima da opressão. Nós não sairíamos da escravatura, Ver. Tarciso,
se nós constituíssemos uma nova escravatura neste momento onde os negros
escravizassem os brancos, até talvez com justiça, quiçá, mas não construiríamos
um mundo melhor nem resgataríamos a dignidade do negrinho aquele que
Saint’Hilaire falava quando esteve aqui em Pelotas e que era o personagem mais
triste que ele viu na vida dele, que tinha que ficar em pé em uma sala, e os
filhos dos patrões ali trabalhando. Nós não resgataríamos a memória, a história
e a dignidade de milhões que foram jogados nos navios negreiros, e não é assim
com revanche, e não é com ódio que se consegue construir e edificar, muito
obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. TARCISO
FLECHA NEGRA (Requerimento): Sr.
Presidente, requeiro o adiamento da votação da Indicação nº 058/13 por uma
Sessão.
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Em votação o Requerimento de autoria do Ver.
Tarciso Flecha Negra. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como
se encontram. (Pausa.) APROVADO.
REQUERIMENTO - VOTAÇÃO
(encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
REQ. Nº 187/13
– (Proc. nº 3065/13 – Ver. Engº Comassetto) – requer Moção de Apoio ao Delegado Cesar Wilson Oliveira
Carrion e à equipe da 2ª DP Porto Alegre, pela prisão de líder da quadrilha
atuante nos Bairros Azenha, Glória e Menino Deus, onde ocorreu assalto no
supermercado Zaffari.
O SR. PRESIDENTE
(Dr. Thiago): Em votação o Requerimento nº 187/13 (Pausa.) O
Ver. Engº Comassetto está com a palavra para encaminhar a votação do
Requerimento nº 187/13.
O SR. ENGº COMASSETTO: Sr. Presidente,
colegas Vereadores e Vereadoras, esse tema da Segurança é sempre muito sensível
e muito difícil, e aqueles que trabalham com a Segurança pública, como o Ver.
Delegado Cleiton e muitos outros, sabem da dificuldade que há para realizar os
trabalhos. Creio que nós devemos sempre valorizar quando as equipes conseguem
apresentar um resultado que é satisfatório para a cidade de Porto Alegre.
A proposição aqui é
muito simples, é uma Moção de Apoio ao Delegado César Wilson Oliveira Carrion e
a sua equipe da 2ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre. Aqui estão os senhores
Escrivão de Polícia Emerson Oliveira Cunha; o Escrivão de Polícia Paulo Rogério
Nunes dos Santos; o Escrivão de Polícia Luis Ernesto Zottis; a Inspetora de
Polícia Evonete Bock; a Escrivã de Polícia Maira Chagas Alves; o Inspetor de
Polícia Luciano Knopf Fraga; a Escrivã Marcia Bernadete Hammes; a Escrivã Maria
Inês Gonçalves de Castro; o Escrivão João Luis Batista Maciel e o Escrivão
Jorge Noel de Alencastro Guimarães.
Essa equipe toda,
prezada Ver.ª Lourdes, fez aqui todo um trabalho muito relevante à Segurança
pública de Porto Alegre, com a prisão do criminoso André Pires, vulgo
Andrezinho, que era líder de uma quadrilha que estava aterrorizando aqui os
bairros Menino Deus, Azenha, Glória, que, nos últimos meses, foi responsável,
inclusive, por aquele assalto de grande repercussão que teve ali no
supermercado Zaffari do Menino Deus, na Av. Getúlio Vargas, no dia 12 de
outubro, Dia da Criança deste ano.
Então, eu quero aqui,
em meu nome e em nome da nossa Bancada, sugerir aos colegas Vereadores que nós venhamos
a aprovar esta Moção e entregá-la a essa equipe, bem como aos seus
coordenadores para demonstrar que, em todas as categorias, em todas as
profissões, há equipes que trabalham e trabalham bem em nome da política de
Estado e das ações públicas.
Quero registrar aqui também o que me motivou muito
a prestar esta homenagem, Delegado Cleiton: V. Exa. lembra que, há dois anos,
nós fizemos algumas reuniões lá no Lami e no Belém Novo, porque andava uma
quadrilha assaltando sítios? E quem fez a investigação, quem coordenou todo um
processo que levou aos assaltantes que estavam nos sítios de lazer da nossa
Cidade, bem como nos sítios de agricultura e nos caminhos rurais, encarcerando
seus moradores, assaltando-os e fazendo-os reféns, quem conseguiu isso foi o Delegado
Carrion e sua equipe. Assim, conseguiram retirar do circuito de Porto Alegre um
conjunto de delinquentes que vinha aterrorizando a Zona Sul da cidade de Porto
Alegre.
Portanto, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras.
Vereadoras, o tema Segurança pública é um tema de apelo de toda a sociedade. E
esses profissionais merecem o nosso apoio e o nosso respeito. Nesse sentido,
estamos sugerindo que esta Moção seja aprovada aqui, por unanimidade, nesta
Casa, e encaminhada a esses profissionais. Um grande abraço.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 187/13.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras. Ver. Comassetto, eu
estou com dificuldade de entendê-lo. Por quê? Não compete a esta Casa votar.
Claro que eu dou parabéns ao Delegado César Wilson Oliveira Carrion, mas o mais legítimo representante, desta Casa,
como Delegado de polícia, um Delegado atuante, é o Delegado Cleiton, que
realmente entende muito de leis, e que fez muitas prisões. Há poucos dias, nós
visitamos o Madre Pelletier, onde duas senhoras que o
conheciam chegaram a pular na grade para abraçar o Cleiton, que foi quem
prendeu elas – para vocês verem como ele tem uma vasta experiência nisso. É
claro que reconheço que o senhor está preocupado, e eu acho que isso é válido,
porque no momento em que é assaltada uma empresa como o supermercado Zaffari...
E a gente sabe que o Zaffari contribui muito com esta Cidade com empregos, com
contrapartidas, com tudo o que tem direito, sendo um dos empresários mais
corretos de Porto Alegre.
Eu, quando falo no Zaffari, Ver. Elizandro Sabino e
Ver. Cassio Trogildo, meu líder, sempre lembro das ações que tem feito na
Cidade, e eu acho que, por isso, Ver. Comassetto, eu também vejo a importância,
mesmo não competindo a nós, aqui, porque estamos falando em um empresário bem
sucedido e que contribui com Porto Alegre. E, quando falo em Zaffari, já
lembro, imediatamente, Ver. Comassetto, da Av. Grécia, que é uma das avenidas,
Ver.ª Luiza Neves e Ver. Mario Fraga, mais bem sinalizadas para cadeirantes e
deficientes, com a melhor acessibilidade, e isso graças a empresários como o
Zaffari, que fez a contrapartida e, imediatamente, a terminou. Pelo contrário,
temos a Av. Severo Dullius. Faz muito tempo que
era para o Grupo Walmart ter feito e terminado, mas está escondida a rua.
Ninguém fala na Av. Severo Dullius! Mas, para construir o Big, aquele
clube, foi liberado e disseram que, em um ano, estaria pronto. O Zaffari
construiu o seu hipermercado, construiu o seu shopping, fez toda a Av. Grécia, terminou, e eles ainda não
conseguiram terminar a Av. Severo Dullius.
Então eu quero dizer que vou votar com o Ver.
Comassetto, mesmo achando que não compete a nós. Obrigado, senhores.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº
187/13.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu estava
dialogando com o Ver. Delegado Cleiton a respeito de algumas situações quando
observei que a Casa iniciava o encaminhamento da votação do Requerimento
proposto pelo Ver. Comassetto, que busca homenagear um Delegado de Polícia,
cuja atuação, a juízo do Vereador, foi meritória, merecendo o nosso aplauso. Eu
quero dizer que eu acho que nesse momento na história do Rio Grande do Sul,
quando a Secretaria de Segurança teve reduzido o seu orçamento em 30%, qualquer
Delegado de Polícia é merecedor do nosso maior aplauso e do nosso maior elogio.
São heróis, Ver. Valter Nagelstein, trabalhando nessas condições com poucos
recursos, baixos salários, são merecedores do nosso mais absoluto aplauso –
este Delegado, sabidamente competente, e todos os seus demais colegas, que, ao
longo do tempo todo têm cumprido com exação o seu dever, ainda que com
frequencia sejam muito mal compreendidos, além de mal remunerados, Ver.
Brasinha, não são respeitados na sua dignidade funcional, arriscando com
frequência a sua vida a mercê muitas vezes dos facínoras de toda a ordem que se
espalham pela Cidade e que têm que ser por eles contidos de uma forma ou de
outra. Por tal razão, evidentemente, não posso fazer um adendo ao Requerimento
do Ver. Comassetto, porque o Regimento a tanto não me permite, se me
permitisse, Ver. Cleiton, eu faria um adendo estendendo não só ao colega, ali,
nominado, mas a tantos quantos por esse Rio Grande afora, do Quarai a Santa
Vitória do Palmar, de Torres ao Irai, nos quadrantes o mais diverso do Rio
Grande do Sul, na mais absoluta dificuldade, realizam com muito heroísmo, com
muito espírito público a sua atividade não sempre bem compreendida. Então, eu
quero na figura escolhida pelo Ver. Comassetto, do Delegado César Wilson
Oliveira Carrion, simbolizar o meu aplauso, o meu apreço, o meu reconhecimento
e até mesmo o meu carinho a centenas de delegados de polícia que, por esse Rio
Grande afora, diuturnamente, cumprem com o seu dever, apesar de todas as
diversidades. Nessa linha, Ver. Valter, V. Exa., que é o tribuno persistente e
permanente, eu lhe digo: que bela lembrança V. Exa. me fez, ao lembrar-me dessa
verdadeira ignomínia que consiste na redução em 30% de recurso da Segurança
pública, numa hora em que nós sabemos que se recrudescem os assaltos, que não
há momento, nem dia, nem hora, que não exista uma delinquente assassinando
alguma pessoa de bem, molestando alguma pessoa de bem, que não haja um assalto
a banco, que não ocorra, enfim, toda essa série de malfeitos que
frequentemente, diuturnamente até, estão acontecendo em nosso Rio Grande. O
nosso Rio Grande vê a sua segurança decair e não é por falta de qualidade dos
colegas do Del. Cleiton, é porque, lamentavelmente, as autoridades, neste
Estado, que são portadoras de um grande discurso, têm uma prática absolutamente
contrária e negativa para a Segurança pública no Estado. Voto com o
Requerimento, com essa manifestação que faço, de coração, ainda que com muita
tristeza de saber que só um delegado foi escolhido para merecer as honras de
toda uma categoria, que merece o maior aplauso, o maior respeito e o maior
carinho de todos.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Delegado Cleiton está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 187/13.
O SR. DELEGADO
CLEITON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, funcionários desta Casa, senhores e
senhoras que nos ouvem através da TVCâmara. Associo-me ao Ver. Comassetto nesta
homenagem, mas também me associo ao Ver. Pujol, no sentido de que os policiais
civis, e está aí a Ivonete, uma policial civil atuante
na sua época, assim como posso me considerar, nesses 23 anos, como delegado de
polícia, um policial atuante. Muitas vezes, dormi dentro de viaturas, eu e
minhas equipes, à beira de estrada por esse rincão afora do Rio Grande, para fazer
um bom trabalho, e, diga-se de passagem, sem ganhar uma remuneração justa.
Já falei mais de uma
vez aqui que o investimento de 33% em segurança pública é muito pouco. Sei das
dificuldades que o Governo do Estado tem, dos investimentos que está tentando
fazer dentro da Polícia Civil, dentro dos órgãos de segurança pública, mas 33%
é muito pouco. E digo mais, esses dois últimos anos de investimento do atual
Governo foi bem menor do que o último valor em investimento do governo passado.
Então é mérito, sim, dos delegados e dos policiais que levam a polícia civil
nos ombros, que fazem segurança com muito amor e dedicação. É mérito, sim,
quando os policiais civis tentam um salário justo. É mérito, sim, quando os
delegados agora estão aguardando e lutando por um salário com igualdade com
outros membros de carreira jurídica. É mérito dos policiais.
A 2ª DP, para quem
não sabe, foi considerada a segunda melhor delegacia do Brasil, em atendimento!
Isso, na época da delegada Adriane, que me sucedeu na 1ª Delegacia Regional de
Gravataí. O delegado Carrion é muito atuante, ele foi meu colega de Academia, é
um grande delegado e tem uma bela equipe, assim como todas as equipes das
inúmeras delegacias de Porto Alegre. Hoje até já não sei mais dizer o número,
parece que 24 delegacias, mas felizmente, a segunda não foi transformada em
delegacia de homicídios, até por ser num bairro nobre. Muitas delas, e, às
vezes, aqui faço essa defesa de que as delegacias de homicídios são a salvação
para os crimes de homicídios, as elucidações, não podem ser feitas, como foram
feitas, infelizmente, utilizando-se do cobertor curto. Retirando algumas
delegacias, que estavam atuando em seus bairros, delegacias que a comunidade
precisa, retirando e transformando de uma hora para a outra em delegacias de
homicídios. Ao contrário – e eu sou a favor das delegacias de homicídios –, se
querem fazer delegacias de homicídios, construam prédio próprio, um prédio que
não de alugueis de casas que não servem para ser delegacias, mas que se
construam prédios decentes, com uma párea física decente, com número de
policias decente para atender às suas comunidades, que invistam no DC. Tapar
por cima e dizer que estão fazendo por segurança pública, aí é piada! Aí tem
mesmo que ter Moção de Apoio a Delegados e equipes, porque estão fazendo,
sozinhos, segurança pública nesse Rio Grande. E para quem não sabe, existem
delegacias para lugares que se espraiam para lugares do Rio Grande do Sul em
que existe um policial civil!
Então temos, sim, que
fazer Moção de Apoio às Delegacias. Temos que fazer Moção de Apoio ao Delegado
Carrion e aos demais delegados da Polícia Civil. Todo dia nós estamos vendo
ações, inúmeras ações nos nossos departamentos, DEIC, DENARC, e das nossas
delegacias, ações atuantes desses policiais. Então, é importante, porque os
policiais estão fazendo segurança pública sozinhos. Parabéns, Ver. Comassetto!
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Eu quero
mandar um abraço para o meu primo, Ver. Delegado Cleiton, que foi delegado em
Guaíba, fez um excelente trabalho lá, reconhecido pela Câmara de Vereadores, e
agora é delegado em Canoas, também com toda a dificuldade que têm enfrentado os
nossos irmãos da Polícia Civil.
O Ver. Valter
Nagelstein está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº
187/13.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Eu já proponho, de
saída, uma CPI, porque nós vamos ter que investigar o tamanho da família do
Presidente Dr. Thiago. Para onde quer que a gente olhe, tem um parente
importante: é na presidência do Tribunal de Justiça, é na chefia do Ministério
Público, é na Polícia Civil. Estamos precisando de uma investigação muito
profunda a respeito desse assunto.
Srs. Vereadores,
quero agradecer e dizer para o Ver. Engº Comassetto que eu compartilho da fala do
Ver. Reginaldo Pujol. Eu cumprimento V. Exa. pela iniciativa de homenagear o
Delegado Carrion da 2ª DP e toda a equipe da 2ª DP, mas eu gostaria de que essa
homenagem, Ver. Elizandro Sabino e Ver. Cassio Trogildo, fosse considerada
extensiva a toda a Polícia Civil do Estado e, de certa forma, a todos os
profissionais da segurança pública: àqueles que trabalham na Brigada Militar,
aos que trabalham na Susep, aos que trabalham no IGP, porque labutam contra,
nadam contra uma corrente muito grande. Nadam contra uma criminalidade que,
infelizmente, é avassaladora no nosso País. E nós sabemos quais são as origens.
As origens são uma educação que é deficitária, a falta do princípio da
autoridade, uma degradação moral, e isso redunda, infelizmente, na criminalidade
e na violência. Todos nós, hoje, somos prisioneiros – prisioneiros, muitas
vezes, nas nossas próprias casas. Quanto cada um de nós aqui precisa investir
em grade, em segurança? Quanto precisam investir as empresas do seu faturamento
em segurança privada? Essa é a triste realidade da doença que assola a
sociedade brasileira, Sr. Presidente.
Porto Alegre, há
pouco tempo, mostrou a taxa de homicídios sobre 100 mil habitantes. É uma das
maiores do mundo. Bogotá, Colômbia, que eram violentos; a nossa taxa é três
vezes superior, infelizmente. Nós olhávamos para o Rio de Janeiro, achávamos a
violência policial da rota não sei o quê, mas os nossos indicadores de
violência urbana e de criminalidade, infelizmente, são tão grandes, às vezes
maiores do que de muitas das piores cidades nesse aspecto, no nosso País.
Eu era Secretário da
Indústria e Comércio de Porto Alegre, e acho que o
Município pode fazer muito em cooperação com o Governo do Estado, com o Governo
Federal, no que se refere à Segurança pública. Fizemos na SMIC, fizemos com o
Major Córdova, na 1ª Companhia do Centro da Cidade, em um convênio com a
Brigada Militar, em que, praticamente, reduzimos a zero o comércio ilegal no
Centro da Cidade. Fizemos uma ação na Cidade Baixa, muito combatida por uns
aqui, que querem o caos e a balbúrdia, mas perguntando ao oficial da Brigada
Militar, responsável por aquela Região, ele nos disse e trouxe os dados, Ver.
Delegado Cleiton, que, naquele período, houve uma redução de 40% das
ocorrências, furtos em veículos de rádios, de CDs, de toca-fitas; tráfico de
drogas, perturbação do sossego, e uma série de outros pequenos delitos. Os
pequenos delitos vão-se somando aos grandes delitos, na teoria da janela
quebrada, até nós chegarmos a ponto do caos social, da anomia, da ausência do
Estado e do cidadão se sentir absolutamente desprotegido. Eu acho que têm que
ser premiados, sim, o Delegado Carrion e tantos outros, porque labutam em um
cenário absolutamente adverso. A Brigada Militar tem pouquíssimos meios:
viatura, praticamente, não tem; homens, agora este ano, conseguiu botar mais 2
mil, em um déficit histórico. A Polícia Civil, eu que labutei muitos anos na
advocacia, sei das dificuldades de uma Delegacia de Polícia: não se tem nada,
as impressoras, até pouco tempo, da Delegacia de Polícia, eram aquelas que
faziam aquele barulhão, as matriciais; equipamento, colete, arma, estrutura
material, rádio, é tudo absolutamente faltante. E, muitas vezes, há uma visão
preconceituosa, Presidente.
Eu concluo, para contar uma pequena história. Quando o meu pai era Chefe
da Casa Civil, Delegado Cleiton, V. Exa. ainda deve lembrar, existia o Consepro
– Conselho Comunitário Pró-Segurança Pública. Naquilo, especialmente em bairros
da Cidade, ou em pequenas cidades do Interior, os empresários podiam botar
gasolina no carro da Brigada, Ver. Brasinha. E o carro tinha gasolina para
andar, para fazer as rondas, porque a tarefa da Brigada Militar é essa, de
polícia ostensiva; a da Polícia Civil é a da investigação e polícia judiciária.
Eu concluo, Sr.
Presidente, na frente do Shopping Total, há dois anos, infelizmente, em um
período de janeiro, mataram duas pessoas, em dois latrocínios. Aí eu sou
procurado como Secretário da Indústria e Comércio pelo Presidente do CDL e pelo
Diretor do Shopping. Eles propuseram o seguinte: “Vamos até à Secretaria de
Estado da Segurança, ao Secretário Airton Michels, que é um gentleman, é um homem muito cordato,
muito cordial, muito correto também, mas que tem uma visão de mundo que não é a
visão que eu tenho, especialmente sobre Segurança. E disseram o seguinte: “Nós
queremos dar duas viaturas para a Brigada Militar, uma motocicleta e queremos
fazer um posto policial. O posto policial vai ser no terreno do Shopping Total,
virado para a rua, não tem nada a ver com o Shopping. Nós construiremos o
posto. E ali, esses dois carros e essa viatura fazem o patrulhamento do
bairro”. O Secretário disse que não podia aceitar, porque não podiam misturar o
público com o privado. Eu disse que não tinha que misturar nada. Há poucos metros
dali, na Av. Cristóvão Colombo, tem um destacamento dos Bombeiros, que é a
mesma coisa, um pavilhão virado para a rua. “Eles vão construir para o senhor,
que vai receber de graça, sem custo, um posto policial, com banheiro, com
estrutura.” E ele disse: “Mas como é que vamos fazer a limpeza?”. O Diretor do
Shopping Total disse que poderia disponibilizar a equipe de limpeza do
Shopping. Eu disse que não teria mais o problema da limpeza e que iríamos dar
dois carros, uma moto e um posto policial, e que aquela região da Floresta, que
não estava sendo atendida, seria então atendida. Disseram que não podiam
aceitar. E não aceitaram. E até hoje não tem carro, não tem policial, não tem
nada, e há bandidagem, infelizmente, ali na Vila dos Papeleiros, prostituição
infantil, crack, tráfico de drogas, e
a polícia está sempre correndo contra a maré, por uma visão pré-concebida de
que não se pode misturar essa coisas. É isso o que eu lamento.
Nesse contexto, se
reduziu no ano passado, 30% – o Ver. Comassetto veio aqui e apresentou os dados
da Segurança pública no Governo do PT. Nunca foi tão ruim antes na história do
nosso País, Ver. Comassetto, infelizmente. Nunca teve tão pouco recurso.
Cumprimento V. Exa. pela iniciativa, acho que precisamos homenagear todos os profissionais
da Segurança pública e nos inspirar no que disse o Delegado Beltrame, que
chegou para o Governador do Rio de Janeiro e disse que o seu Orçamento era de
R$ 2,5 bilhões e que, com isso, não conseguiria fazer. O Governador garantiu
para ele, e o Orçamento hoje é uma decisão política no Estado do Rio de
Janeiro, mercê de todas as dificuldades. E nós sabemos que combater o crime é
como o jogo do gato e o rato, é permanente. Mas, mercê de todas as
dificuldades, o Orçamento dele pulou de R$ 2,5 bilhões para R$ 7 bilhões. Se
não temos uma decisão política e um gestor que resolva colocar dinheiro, não
adianta ter escola, porque se tiver um bandido na porta da escola com um fuzil,
as crianças não poderão ir para a escola; se tiver um traficante na porta da escola
vendendo maconha ou crack, a criança
não pode ir para a escola. Não adianta ter comércio, porque se passa um carro
na rua e metralha o comércio, não adianta investir na atividade econômica
porque não tem segurança. Então, é preciso investir na Segurança e reconhecer e
homenagear os profissionais da segurança pública. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Eu quero só
dizer ao Ver. Valter Nagelstein que todos são devidamente concursados, todos os
familiares são devidamente concursados e sem nenhum caso de nepotismo. Só para
que o nosso público, que é cada vez maior, de telespectadores, saiba disso.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Exatamente por
isso, e V. Exa. me permite, é que eu falei isso com todo o respeito, numa brincadeira
saudável, até porque conheço os parentes a que referi, são todos meus amigos e
são pessoas que, nos ramos de atividade que desempenham no Poder Público,
orgulham as instituições que representam.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado,
Ver. Valter Nagelstein. Inclusive, no dia 17 de dezembro um deles vai receber o
Título de Cidadão Emérito de Porto Alegre, cuja proposição, de autoria do Ver.
Reginaldo Pujol, obteve aprovação unânime dos Vereadores.
Em votação o
Requerimento nº 187/13. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 1043/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 086/13, de autoria do Ver. Rodrigo Maroni, que inclui o Dia Municipal da
Qualidade e do Cuidado com a Vida no Calendário de Datas Comemorativas e de
Conscientização do Município de Porto Alegre – Lei nº 10.904, de 31 de maio de
2010, e alterações posteriores –, no dia 11 de abril, e dá outras providências.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Nereu D'Avila: pela inexistência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação do Projeto;
-
da CECE. Relator Ver. João Derly: pela aprovação do Projeto;
-
da CEDECONDH. Relatora Verª Mônica Leal: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 19-08-13.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Em discussão
o PLL nº 086/13. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 1124/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 094/13, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que
declara Monumento Arquitetônico e Religioso de Porto Alegre o Santuário Nossa
Senhora Mãe de Deus, localizado na Rua Santuário, 400, no Bairro Belém Velho.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Elizandro Sabino: pela inexistência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação do Projeto;
-
da CECE. Relator Ver. Tarciso Flecha Negra: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 30-09-13.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Em discussão
o PLL nº 094/13. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. APROVADO.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago – às 18h3min): Encerrada a Ordem do Dia.
Visivelmente,
não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão
às 18h4min.)
* * * * *